Archive | Junho 2013

Estudantes de Jornalismo realizam oficinas de rádio na Escola Adauto Bezerra

As oficinas resultaram na produção de um piloto da radiorevista Sintonia AB

Ao longo de quatro encontros realizados nos dias 3, 12, 15 e 17 de junho,  ministramos oficinas de produção radiofônica para os integrantes do grêmio estudantil Professor Dantas Machado, da Escola de Ensino Médio Governador Adauto Bezerra, localizada no Bairro de Fátima. O propósito final era a realização do piloto de uma radiorevista, que serviria como meio de comunicação do grêmio. Durante a elaboração do produto, promovemos debates acerca dos usos do rádio como mídia, além da importância da comunicação no meio escolar como ferramenta política e educativa.

A Escola Adauto Bezerra possui, atualmente, cerca de 2 mil alunos, com um ensino tradicionalmente conhecido pelo foco na aprovação dos estudantes nas universidades públicas (através do vestibular e do SISU) e privadas (principalmente através do PROUNI). Só nesse ano, o colégio Adauto Bezerra aprovou 155 estudantes para o ensino superior, superando o próprio recorde de 2012, quando 150 alunos da escola ingressaram em universidades.

O Grêmio Professor Dantas Machado apresenta um grupo específico de comunicação. Dentre as ferramentas utilizadas para promover a interação entre a agremiação e a escola, estão uma página na rede social Facebook, cartazes, as tradicionais passagens em sala (que os próprios estudantes acham pouco funcionais, já que “atrapalham” as aulas) e um pequeno equipamento de radiação com duas caixas de som no pátio.

O sistema de rádio da escola funciona, atualmente, com uma programação predominantemente musical. A demanda dos alunos era, basicamente, passar a utilizar o veículo como ferramenta para ajudar na comunicação interna do colégio, bem como das atividades do grêmio. A nossa proposta foi, então, auxiliar aos membros do grêmio a conseguir incluir conteúdos informativos ao material radiofônico produzido por eles, que iam ao ar na hora dos intervalos, não possuindo uma assiduidade ou regularidade nas veiculações.

Após o contato inicial, no qual nos apresentamos e conhecemos mais a realidade cotidiana do colégio, eles iniciaram o encontro posterior conversando com os alunos sobre o Radiojornalismo, abordando maneiras de utilizar o rádio como ferramenta para veicular conteúdo jornalístico, bem como entretenimento. A nossa ideia foi instigar nos alunos a vontade de criar um conteúdo próprio.

Depois de alguns comentários deles sobre o “declínio do rádio como informativo”, foi aberto um debate com os estudantes. Nesse momento, alguns defenderam ainda ouvir e acreditar na rádio como ferramenta comunicacional, enquanto outros afirmaram acreditar na perca de espaço deste meio de comunicação em frente à outros, frente à internet, por exemplo. Porém, alguns lembraram que, com os celulares atuais, as rádios ainda são ouvidas, apesar de concorrem com as músicas em formato MP3.

Primeiro encontro (Segunda-feira, 20 de maio):

Nesta primeira reunião, conhecemos Janderson Pinheiro e Iago Cepp, presidentes do grêmio Professor Dantas Machado. Os alunos nos apresentaram a sala do grêmio e conversamos com eles sobre a importância da rádio como uma ferramenta comunicacional funcional e de custos acessíveis. Empolgados, os estudantes aceitaram desenvolver um projeto radiofônico conosco. Neste momento, discutimos também o papel da edocomunicação e a importância da rádio escola.

O encontro durou cerca de 1 hora e 30 minutos. Após o satisfatório contato inicial, marcamos a segunda reunião para a segunda-feira seguinte, na qual debateríamos sobre o que os alunos esperam da rádio escola do Adauto Bezerra e também ministraríamos oficina sobre “o rádio como ferramenta de comunicação”. Ficou definido um número de 15 alunos participando do processo, podendo variar conforme a necessidade e a disponibilidade do grêmio.


Para aumentar a interação entre a nossa equipe e os membros do grêmio, criamos o grupo intitulado “Rádio – Adauto Bezerra”  na rede social Facebook. O site foi eficiente e auxiliou muito o trabalho, estabelecendo um canal mais direto e coletivo de comunicação com os alunos.

Segundo encontro (Segunda-feira, 03 de junho):

Iniciamos o segundo encontro conversando com os alunos sobre o Radiojornalismo, abordando maneiras de utilizar o rádio como ferramenta para veicular conteúdo jornalístico, bem como entretenimento. Nossa ideia foi instigar nos alunos a vontade de criar um conteúdo próprio.  Juntamente aos estudantes, lançamos outras possibilidades, como também divulgar o programa de rádio como streaming, hospedado em sites de armazenamento gratuito como SoundClound (https://soundcloud.com/). Os membros do grêmio sugeriram a divulgação destes conteúdos também na página da escola na rede social Facebook (facebook.com/pages/EEM-Adauto-Bezerra). O objetivo é utilizar apenas ferramentas livres, para tornar a produção barata e acessível a todos, de acordo com o contexto da escola.

Após a explanação e o debate, abrimos um espaço no encontro unicamente para que os próprios alunos falassem o que eles esperam do programa.  O objetivo da equipe foi trabalhar com demandas reais, sem impor nenhum tipo de conteúdo afastado do cotidiano deles. O programa, em suma,  foi desenvolvido para eles e por eles. Entre as necessidades apontadas, destacou-se a vontade que o grupo tinha de estabelecer um canal direto entre o grêmio e os outros alunos do AB (Adauto Bezerra). Surgiu, assim, o esboço do primeiro quadro que deveria compor o produto radiofônico – o qual, mais tarde, passou a ser chamado de “Grêmio Informa”. O outro quadro do programa é reflexo da necessidade de um espaço para que a escola de um modo geral (não restringindo o debate somente ao grêmio) pudesse se colocar e falar da realidade enfrentada por eles no dia-a-dia. Assim surgiu o “Fala Aí, Adauto!”. No quadro, os alunos podem criticar, elogiar, dar sugestões e abordar mais o contexto escolar no qual convivem.

Image

Depois de debate, os estudantes apresentaram a proposta do programa de rádio
|Foto: Saulo Lucas

Durante a conversa, também foi salientada pela turma a importância de manter a programação musical, marca do programa de rádio que já era veiculado antes na escola. Propomos, então, que os alunos pensassem em um formato que comportasse as músicas, mas que também comportasse informações sobre os músicos. O quadro Nosso Som foi, assim, criado, visando unir música e informação acerca dos artistas responsáveis pelas canções escolhidas.

Encerrando esse encontro com os alunos, ficou decido que seria produzido por eles – com nosso auxílio – um programa piloto.

Terceiro encontro (Quarta-feira, 12 de junho):

Neste terceiro encontro com os alunos do grêmio da escola Adauto Bezerra promovemos uma oficina de trabalhos práticos em Jornalismo. Dividimos nossa equipe e cada membro acompanhou um grupo de alunos na realização das determinadas tarefas. Saulo acompanhou alguns alunos na construção de textos para rádio, Paulo Renato orientou outra equipe responsável pela captação de entrevistas e sonoras, enquanto Vicente dirigiu os membros da oficina na coleta de depoimentos dos alunos do colégio para o quadro “Fala Aí, Adauto!” e auxiliou com o quadro de entretenimento “Nosso Som”, junto com Saulo Lucas.

Image

Paulo Renato apresenta a técnica de entrevista aos estudantes | FOTO: Saulo Lucas

 Nessa reunião, decidimos também o nome e a justificativa da rádio: “Sintonia AB”, fazendo uma referência explícita ao nome do colégio – Adauto Bezerra, mas também levantando uma outra perspectiva que não fosse a comum, mas sim uma “B”, que se refere aos alunos, feitas por e para os estudantes, sob a ótica destes.

Image

Vicente Olsen acompanha Vitória na produção textual | FOTO: Saulo Lucas

Apesar das dificuldades iniciais com o texto, os alunos desenvolveram as atividades de forma excelente, assim que percebam o progresso natural do trabalho e na medida em que começou a se materializar todo o produto. Desde a pesquisa, passando pela construção do texto, os alunos foram desenvolvendo uma competência que eles julgavam não possuir, mas que foram se convencendo, aos poucos, serem capazes de replicar tais atividades. Para tanto, bastaria deles esforço e comprometimento.

 Esse encontro foi um dos mais proveitosos, já que percebemos uma satisfação dos alunos com os resultados obtidos no trabalho desse dia. A partir deste, nas reuniões seguintes o trabalho se desenvolveu mais facilmente, já que os próprios alunos estavam mais à vontade com a proposta do programa.

Quarto encontro (Sábado, 15 de junho)

Alunos presentes: Janderson (2º ano), Bárbara (2º ano), Vitória (3º ano)

O quarto momento da nossa equipe com os alunos da escola Adauto Bezerra aconteceu na manhã de um sábado, entre 9 horas e meio-dia. Vale salientar que, neste mês de junho, a colégio passou por um processo eleitoral que definiu o novo diretor. Assim sendo, a disponibilidade dos alunos para participar de nossas oficinas ficou comprometida ao longo da semana, mas com a persistência de todos conseguimos nos adequar aos raros horários livres dos membros do grêmio.

O foco das atividades foi bastante didático, para que os presentes pudessem explicar aos demais como produzir já sem nossa orientação. Nosso objetivo, desde o início, é capacitar os alunos para que eles realizem a própria produção deles e da maneira mais adequado ao contexto escolar.

O primeiro momento foi dedicado a observar quais as demandas para o programa piloto. Com os áudios das entrevistas em mãos, começamos o processo de decupagem, ouvindo o material e marcando os pontos de corte. Baseados em manuais de Radiojornalismo estudados ao longo do curso, explicamos para os membros do grêmio noções para facilitar a produção radiofônica, como decupagem, deixa inicial, deixa final, roteiro, linguagem para rádio e edição.

Assim, iniciamos a produção do que faltava. Após explicar a linguagem simples e direta utilizada no rádio, acompanhamos a primeira notícia escrita pela Bárbara para o quadro “Grêmio Informa”. Os membros do grêmio fizeram a decupagem da entrevista com o atual diretor e o diretor eleito, pautas sugeridas por eles. O roteiro do programa também foi elaborado. O “Sintonia AB” ganhou forma.

Quinto encontro (Segunda-feira, dia 17 de junho)

Alunos presentes: Vitória (3º ano), Janderson (2º ano), Joyce (2º ano), Ranny Alencar (2º ano), Iago (2º ano).

Neste quinto encontro, realizado às 14h40, a equipe procurou dar foco ao fechamento do programa piloto “Sintonia AB”. Com todas as informações em mãos, dividimos os membros da equipe na organização do quadro musical “Nosso Som” e na gravação das matérias que até então faltavam.

Como já decidido anteriormente pelos próprios estudantes, o quadro especial “Nosso Som” teve como tema a banda Charlie Brown Jr. Vitória, aluna do terceiro ano, apurou dados da banda e, acompanhada por Vicente e Saulo, deu forma ao texto e também atuou na gravação.

Paulo Renato, acompanhando o aluno Iago nas gravações, deu atenção à finalização de matérias para o quadro Grêmio Informa. Gleyce Any e Bruna Luyza trabalharam no roteiro geral do programa, acompanhando os alunos Janderson e Ranny na locução.

Os áudios foram gravados no auditório da escola, local silencioso e disponível para a realização do trabalho. A experiência foi muito interessante e vários alunos do colégio acompanharam o processo, empolgados com a novidade.

O “Sintonia AB”, enfim, tinha acabado de nascer.

Impressões sobre o trabalho da equipe na escola:

Image

Bruna Luyza conversa com o novo diretor da escola, Otacílio Bessa, e o presidente do grêmio, Janderson Pinheiro, sobre a importância do rádio no ambiente escolar | FOTO: Saulo Lucas

Otacílio Bessa, diretor eleito: “Acho extremamente importante esse projeto desenvolvido dentro do colégio. Todas as formas de comunicação são sempre bem-vindas. Elas ajudam aos jovens a fazer um intercâmbios entre eles muito maiores. A rádio na escola consegue movimentar cada vez mais o sentimento de pertence dos meninos em relação à escola na qual estudam, criando laços muito importantes. Acredito que a rádio na escola tem que ser incentivada cada vez e essa rádio tem que vir do protagonismo dos estudantes, que ela seja por eles e para eles.” O objetivo do diretor, vindo de uma escola na qual a rádio é bem consolidada, é trocar ideias entre o grêmios para auxiliar na manutenção da rádio.

Janderson Pinheiro, presidente do grêmio: “Achei muito importante a presença de vocês aqui para trabalhar a rádio com a gente, porque a galera estava pensando mais em música mesmo. E isso é muito importante, usar a rádio como um veículo de comunicação mesmo. É a interação de passar informações sem precisar sempre passar em sala. E o alcance é muito maior. A rádio com certeza pode ser um instrumento político, até porque a galera é muito dividida e a gente pode unificar isso com a rádio”, esclarece, referindo-se ao sentimento de unidade escolar.

Equipe: Bruna Luyza Forte, Gleyce Any Castro, Paulo Renato Abreu, Saulo Lucas, Vicente Olsen

Image

Image

Image

Estudantes de Jornalismo realizam oficina de Assessoria de Imprensa na Fundação Marcos de Bruin

Na segunda-feira (03), os alunos do 6° semestre de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará ministraram uma oficina de Assessoria de Imprensa na Fundação Marcos de Bruin, localizada no bairro do Lagamar. A visita aconteceu às 15h, no laboratório de informática da instituição. Questões sobre a importância da comunicação, elaboração de bons textos e atenção sobre notícias que saem na própria mídia foram discutidas na oficina.

Oficina sobre Assessoria de Imprensa na Fundação Marcos de Bruin | Foto: Eduarda Talicy

A Fundação Marcos de Bruin foi criada em 1992, na comunidade do Lagamar, que era ligada às Comunidades Eclesiais de Base e as práticas sociais da Teologia da Libertação. A instituição foi fundada por um grupo de teólogos estrangeiros que visitavam a comunidade, dentre eles, Marcos de Bruin, cujo nome a Fundação leva.

Hoje a Fundação Marcos de Bruin possui parcerias com diversas entidades públicas e promove ações socioeducativas, bem como cursos para a autossustentabilidade, como aulas de corte e costura, informática e percussão. Além disso, a coordenadoria da Fundação planeja e inscreve projetos em editais, visando mudar a realidade da região e promover o bem – estar social, ou seja, a instituição sempre está funcionando e não pára.

O bom funcionamento da Fundação não se reflete totalmente na comunicação para a sociedade. Existe um site com bom design, conteúdo e funcionamento, mas que não é propagado através das redes sociais, que representam peça fundamental da política de comunicação de qualquer instituição. A Fundação possui Facebook, Twitter e uma conta no Youtube. A Fan Page foi criada em março de 2012 e tem, até 16 de junho de 2013, 214 curtidas, com regularidade postagens apenas semanal. Já o Twitter tem apenas um tweet e o canal do Youtube tem quatro vídeos publicados. Assessoria de Imprensa não existe na instituição.

Image

Eduarda Talicy explica a importância e o funcionamento do lead | Foto: Caroline Portiolli

Para ressaltar a importância de tornar públicas as ações da Fundação, a equipe de Jornalismo pensou em realizar duas oficinas: uma sobre Assessoria de Imprensa e outra sobre Redes Sociais. Mostrar para a sociedade as ações da Marcos de Bruin, bem como sua própria história, é fundamental para não apenas conseguir mais doadores, mas também para manter sua imagem na mídia e se tornar referência como ONG e possível receptora de doações futuras.

Divulgar os eventos que promove e as ações que concretiza para a imprensa é uma das maneiras de ter o nome mencionado positivamente nos meios de comunicação. Já as redes sociais podem também atrair o público e possíveis novos colaboradores e doadores, tornando o trabalho que vem sendo realizado passível de novas melhorias e um maior alcance.

O tema da primeira oficina foi Assessoria de Imprensa. Assessoria de Comunicação foi pensada, mas, devido à sua abrangência maior e ao pouco tempo que se tinha para passar informações, a Assessoria de Imprensa foi escolhida.

A equipe elaborou um material contendo informações sobre História da Assessoria de Imprensa, Release, Mailing List e Clipping. Além disso, havia um esboço da elaboração de um release, com detalhamento de informações sobre cada parte. Estavam presentes na oficina: Douglas Gerônimo, um dos responsáveis pela Comunicação da instituição, Davi Silva e Brenda Késsia, jovens da comunidade que participam do dia-a-dia da Marcos de Bruin.

 

Davi Silva, Brenda Késsia e Douglas Gerônimo conferem a oficina | Foto: Caroline Portiolli

Davi Silva, Brenda Késsia e Douglas Gerônimo conferem a oficina | Foto: Caroline Portiolli

 

Redes Sociais é tema de oficina ministrada por estudantes da UFC

Image

Oficina sobre redes sociais na Fundação Marcos de Bruin | Foto: Eduarda Talicy

As alunas de Comunicação Social- Jornalismo da Universidade Federal do Ceará deram continuidade às atividades ministrando a Oficina sobre Gerenciamento de Redes Sociais na Fundação Marcos de Bruin, localizada no bairro Lagamar. A formação aconteceu na última quarta-feira (12), de 15h às 17h.

A ação foi promovida por meio da Disciplina de Jornalismo no Terceiro Setor Do Curso de Comunicação Social da UFC, ministrada pela professora Márcia Vidal e contou com a participação das alunas Bárbara Danthéias, Caroline Portioli, Eduarda Talicy, Mikaela Brasil e Taís Andrade. Participaram da oficina, os gerenciadores das redes sociais da instituição: David de Araújo e Douglas Gerônimo.

Image

As integrantes abordaram a importância do Facebook e do Twitter | Foto: Bárbara Danthéias

Um dos principais objetivos da oficina foi mostrar técnicas de gerenciamento em diferentes redes sociais, como Facebook e Twitter, e como publicar em cada um deles. As redes sociais se configuram hoje como um grande instrumento de divulgação, daí a importância de um planejamento de divulgação nas redes.  Foram entregues materiais de orientação aos participantes.

Image

As integrantes se reuniram com parte da equipe da Fundação após a oficina | Foto: Eduarda Talicy

Oficina de Radiojornalismo é realizada na Escola César Cals

As oficinas de radiojornalismo foram ministradas na Escola César Cals/Foto:Vicente Neto

As oficinas de radiojornalismo foram ministradas na Escola César Cals/Foto:Vicente Neto

Em busca de uma instituição para que pudéssemos desenvolver um trabalho, chegamos à Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Dr. César Cals, localizada na Av. Domingos Olímpio, 1800. O colégio conta com 1.205 estudantes, divididos em 17 turmas de ensino médio pela manhã, 15 turmas à tarde (oito de ensino médio e sete de fundamental) e mais quatro turmas noturnas, estas, todas da última etapa do ensino básico. Nas conversas preliminares com a professora Rosalva Alves, coordenadora pedagógica do colégio, ela nos informou que a escola dispunha de uma mesa de som, um microsystem, um microfone, dois laboratórios de informática e caixas de som espalhadas pelos corredores da instituição. Dessa forma, chegou-se a um acordo entre nós e os gestores da escola, para que realizássemos oficinas de  radiojornalismo com estudantes do ensino médio.

Professora Rosalba nos recebe para saber mais sobre as oficinas/Foto:Vicente Neto

Professora Rosalva Alves nos recebe para saber mais sobre as oficinas/Foto:Vicente Neto

A professora Rosalva nos informou ainda que já funcionara a rádio da escola que os alunos eram os responsáveis pelo seu funcionamento. Assim, surgiu a ideia de reativar a rádio nos corredores do colégio durante o intervalo de aula e fazer com que os estudantes fossem os responsáveis pelo seu funcionamento.  O meio radiofônico foi escolhido pelo equipamento que a escola já dispunha e por ser uma ferramenta de comunicação acessível para os estudantes.

A coordenação pedagógica nos cedeu o equipamento da escola e um laboratório de informática. Os estudantes do ensino médio que se inscreveram para participar das oficinas foram liberados das aulas no dia marcado para as atividades. Foram escolhidos alunos do ensino médio por eles já possuírem uma maior maturidade para o desenvolvimento do trabalho, com maior possibilidade de dar continuidade no uso da rádio após as oficinas. Os objetivos da equipe eram passar conhecimentos das técnicas jornalísticas para os alunos e, principalmente, estimulá-los a dar continuidade ao projeto de funcionamento da rádio na escola após as oficinas.

Cartaz produzido para divulgar a capacitação em radiojornalismo

 

 

 

Divulgação
Como forma de divulgação das oficinas, foram confeccionados cartazes informativos além de um spot (peça publicitária para o meio radiofônico) chamando os alunos a se inscreverem nas oficinas, a ser veiculado na escola no horário do intervalo.

 

 

 

 

Escute o spot de divulgação:

A primeira dificuldade encontrada foi a não adesão dos alunos às oficinas. Deixamos o material de divulgação na escola uma semana antes da data de aplicação da primeira oficina. Entretanto, devido a inúmeros eventos, ao ligarmos dois dias depois para a coordenação, constatamos que nosso material ainda não tinha sido utilizado. A divulgação foi feita apenas dois dias antes da realização da oficina. resultado: nenhum aluno se inscreveu. Com isso, a solução encontrada foi adiar a data das primeiras oficinas e fazer mais uma semana de divulgação, incluindo uma nova visita à escola com divulgação de sala em sala. Surtiu efeito. Dessa forma  foram obtidas 13 inscrições.

Também mudamos o público-alvo. Inicialmente, havíamos oferecido as vagas para os alunos do turno da manhã, para que eles pudessem fazer a capacitação à tarde. Avaliação da coordenação pedagógica da escola apontou que isso criava uma dificuldade para os alunos. A maioria mora em bairros distantes e seria inviável ir e voltar duas vezes à escola no mesmo dia ou permanecer nos dois turnos sem que viabilizássemos almoço para os participantes. Diante disso, passamos a oferecer a formação para os alunos da tarde, que foram dispensados das aulas regulares pela coordenação pedagógica durante os dois dias de aplicação das oficinas. Deu certo. Além das 13 inscrições que obtivemos, no dia da realização da oficina ainda abrimos vagas para mais duas alunas que se mostraram interessadas em participar.

Foto: Felipe Martins

Foto: Felipe Martins

Capacitação
As oficinas consistiam em passar aos alunos conhecimentos básicos de comunicação e jornalismo como noções gerais de “lead”, notícia e, mais especificamente, noções gerais de radiojornalismo e locução em rádio. A oficina tinha como meta de produto final um programa de rádio de 15 minutos, a ser veiculado ao vivo durante o intervalo da aula.

Alunos do César Cals recebem orientações sobre conceitos de notícia/Foto:Felipe Martins

Alunos do César Cals recebem orientações sobre conceitos de notícia/Foto:Felipe Martins

Para viabilizar isso seria necessário buscar pautas e fazer com que os alunos desenvolvessem o “instinto repórter”. Uma delas seriam as eleições para diretor da escola que aconteceriam poucos dias após a oficina. Outras pautas escolhidas foram a realização do PIBID (programa de reforço escolar incentiva os alunos a participar de Olimpíadas Escolares e os prepara para o Enem) e do SPAECE (avaliação anual dos alunos das escolas públicas. Os estudantes que obtém bons graus estão sujeitos a premiações).

Feitas as apurações, os alunos deveriam redigir as notícias para rádio, baseadas nas explicações dadas anteriormente, na primeira parte da oficina. Para isso, os alunos estavam sempre sendo auxiliados por nós. Redigidas as notícias, nossas atividades foram concluídas com a leitura de um roteiro com quatro notícias e duas músicas por dois alunos voluntários. A leitura foi uma simulação do primeiro radiojornal e contou também com a execução de músicas e vinhetas.

Foto:Felipe Martins

Foto:Felipe Martins

Voltamos à escola no dia 21 de junho para dar continuidade aos trabalhos. Dessa vez, realizamos uma oficina de entonação, na qual os alunos aprenderam técnicas de voz. No primeiro momento, os alunos fizeram exercícios de relaxamento e aquecimento vocal. Logo após, a teoria foi apresentada  através de conceitos de locução e explicações referentes ao funcionamento da voz, ressaltando e orientando sobre cuidados com a respiração, postura e relaxamento.

Os alunos conheceram ainda sobre os fenômenos de  ressonância e articulação, aprendendo a desenvolver e identificar suas principais dificuldades com a pronuncia. Para fixar o que foi trabalhado, um material impresso foi entregue aos alunos, como suporte, para que os exercícios não se limitassem apenas à oficina e pudessem ser repetidos no dia-a-dia.

Em seguida, foram apresentadas técnicas de leitura e entonação. Com as notícias que produziram em mãos, os alunos iniciaram a simulação do programa-piloto. Em dupla, os alunos realizaram a leitura do roteiro, desta vez utilizando as técnicas adequadas.

alunos

Foto: Débora Lopes

 Levando em conta o interesse demonstrado pelos alunos que participaram da oficina, é possível concluir que o saldo do projeto realizado é positivo. Os estudantes se mostraram empolgados com a ideia de desenvolver um trabalho em rádio na escola e, assim, são boas as possibilidades de manutenção do programa de rádio na escola.

Equipe realiza oficinas de assessoria de imprensa e rede social para a Casa de Nazaré

Oficina sobre assessoria de imprensa

No dia 3 de maio realizamos a primeira oficina na Casa de Nazaré, Release, a notícia institucional. A necessidade de realizar uma capacitação voltada para a assessoria de imprensa foi notada ainda na primeira reunião com Márcia Correia, assistente social da instituição. Existia uma grande deficiência na comunicação da Casa de Nazaré com a imprensa local, o que prejudica o trabalho da ONG, uma vez que é importante ter inserções na mídia para mostrar o trabalho da Casa e para conseguir ajuda, por exemplo.

Quando perguntada sobre a relação da Casa de Nazaré com a Mídia, Márcia explica: “Na verdade, a pioneira chama-se Irmã Vanda. Ela gostava muito de falar e era muito sofrida por ver a situação das idosas aqui. Quando começou a temporada de chuva, em 2010, a gente se sensibilizou muito. (nesse período, existiam goteiras por toda a instituição e o teto do local era o mesmo desde sua fundação, em 1941). E a Irmã Vanda começou a pedir ‘Minha gente, vamos ajudar! Se tiver que falar na televisão, eu falo’. Juntou essa vontade de pedir ajuda ao fato de uma idosa da Casa ter amizade com o pessoal do Diário do Nordeste e uma pessoa que visita a gente também conseguiu que a reportagem fosse ao ar na TV Jangadeiro. Nós ficamos nesses dois veículos, Diário do Nordeste e TV Jangadeiro”. O contato com a impressa era feito por meio do network de idosas e voluntárias da Casa de Nazaré.

No planejamento, pensamos no que seria abordado e qual a bibliografia usada, levando em consideração o fato de que o público alvo da oficina não seriam pessoas que estudam jornalismo, mas Márcia Correia, assistente social, e Irmã Josenira, Filha de Caridade responsável pela Casa de Nazaré. Por esse motivo a oficina começou com uma sondagem do nível de entendimento das participantes em relação à comunicação de imprensa.
Imagem
  Material produzido para a oficina. Foto: Carolina Esmeraldo.

Depois da sondagem, foi explicado como a oficina funcionaria. Seriam três momentos: teoria, análise de releases e prática. Na primeira parte da oficina, foi, primeiramente, tratado o conceito de release. Depois foram mostrados os critérios de aproveitamento do release, a estrutura dessa notícia diferenciada, como padronizá-la e construir título, lide e texto corretos e interessantes. Foi mostrada também a forma que se devem enviar releases e a importância de enviar anexos às redações dos jornais, como imagens, por exemplo. Em um segundo momento da parte teórica, foi tratado o conceito de mailing e mostrado exemplos e a forma correta de utilizá-lo.

Para compor o material da oficina, a bibliografia consultada foi Assessoria de Imprensa e Relacionamento com a Mídia, de Jorge Duarte, Assessoria de Imprensa: como se relacionar com a mídia, de Maristela Mafei, e Assessoria de Imprensa: como fazer, de Rivaldo Chinem.

Na segunda parte da oficina, foram analisados releases produzidos especialmente para a Casa de Nazaré. As pautas utilizadas nos textos eram fictícias e eram, por exemplo, sobre a tradicional festa de São João beneficente que a casa realiza e sobre a comemoração dos 70 anos na instituição.
Imagem

Imagem
 Análise de um modelo de release produzido para a Casa de Nazaré. Foto: Carolina Esmeraldo.

A última parte da oficina foi a produção de um release em dupla. Depois de finalizado, a correção do material foi feita e a explicação dos erros discutida. 

Imagem
Correção e discussão do material produzido na parte prática da oficina. Foto: Carolina Esmeraldo.

Oficina sobre Facebook – Como melhorar a comunicação?

Imagem 

Irmã Josenira se mostra uma aluna dedicada. Foto: Isabele Câmara.

Após a oficina sobre a notícia institucional, a equipe produziu material para melhorar a comunicação mantida por Márcia e Irmã Josenira usando o Facebook.  Uma das principais dificuldades encontradas foi adequar a linguagem utilizada por quem já tem domínio das ferramentas do Facebook para a linguagem de quem não é não íntimo.

Como já mencionado acima, Márcia não fazia ideia de que a página que estava utilizando era uma página de perfil. O primeiro passo da oficina foi criar uma fanpage institucional, adicionando a história da instituição, a data de criação e colocando a logo como foto de perfil. Márcia não sabia onde conseguir a imagem completa da logo, então foi preciso baixar a que estava presente na página do perfil.

Após a criação da página, a equipe apresentou basicamente as ferramentas mais importantes utilizadas na página. Para otimizar o público que curte a página, Márcia e Irmã Josenira autorizaram a equipe a se adicionarem como administradores da página, podendo assim, manusear a página também de nossas residências.
Imagem

Imagem o painel administrativo da fanpage produzida pela equipe. 

Quando Márcia e Irmã Josenira viram a notificação de “Anúncio”, elas se assustaram, achando que a página apresentaria um custo a mais para a instituição. A equipe, então, esclareceu que o custo só seria cobrado se a página quisesse fazer propagandas, criando um anúncio baseando no número de dias em que ficaria no ar.

Algumas dicas foram repassadas sobre como escrever postagens para fanpages. Alguns exemplos práticos foram utilizados, como o caso da Rádio Universitária FM, instituição da Universidade Federal do Ceará, que utiliza o Facebook como uma maneira de promover sua programação. 
Imagem
Exemplo de publicação utilizada pela Rádio Universitária FM.

O objetivo da oficina sobre Facebook era fazer com que as administradoras entendessem o potencial desta rede social. Foram ressaltadas as questões de ter uma identidade visual bem definida, posts relativamente pequenos e bem escritos e sempre apresentando um link capaz de redirecionar a postagem para o blog ou site oficial da instituição.

É importante destacar que a Casa de Nazaré não tem equipamentos ou pessoal capacitado para operar programas de edição de imagens, os quais são possíveis adicionar um cabeçalho com a imagem da instituição. Pensando nisso, a equipe desenvolveu um cabeçalho fixo, que pode ser adicionado à imagem em programas primários de imagens, como o Paint, presente no sistema operacional do Windows
Imagem

Logo em cabeçalho para ser usada em fotos. Design: Diego Sombra.

Após apresentado o conteúdo da nova página da Casa de Nazaré, a equipe pediu às administradoras que entrassem na página e realizassem alguns ajustes, tudo conforme o que foi apreendido durante a oficina.

Imagem

 

Irmã Josenira e Márcia aprendendo a operar a fanpage do Facebook.

Resultados

As oficinas foram muito bem avaliadas pelas participantes. Apesar de o conteúdo ter sido vasto e um pouco difícil, as duas não desanimaram e agradeceram pela paciência da equipe.