Archive | Junho 2016

Estudantes de jornalismo realizam oficina para o Canto, escritório modelo de arquitetura da Universidade Federal do Ceará

O terceiro setor consiste em ONGs, instituições, entidades beneficentes, dentre outros, que visam o trabalho voluntário sem fins lucrativos. Foi com a orientação da professora Márcia Vidal que os estudantes do sexto semestre de jornalismo tiveram a oportunidade de trabalhar comunicação diretamente ligada ao terceiro setor. 

A instituição escolhida para a realização do trabalho de campo foi o Canto, escritório modelo de arquitetura composto por alunos de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Ceará.

O Canto desenvolve trabalhos diretamente nas comunidades de Fortaleza, atendendo as demandas coletivas no que diz respeito ao vasto campo arquitetônico. Porém, a dificuldade de comunicação era um problema iminente do projeto.

Demandas 

Na reunião de diagnóstico, que aconteceu na sexta, dia 27 de maio às 13 horas no Canto, os estudantes de jornalismo imergiram na realidade do escritório modelo. Foram apresentados aos trabalhos desenvolvidos por eles e a rotina.

Posteriormente, conhecendo a proposta e o trabalho do Canto, foi feito um levantamento das maiores carências e dificuldades que eles enfrentavam. Depois de uma conversa com duração de cerca de uma hora, percebeu-se que a raiz dos problemas era realmente no campo comunicacional.

Os estudantes de jornalismo tentaram consolidar as demandas principais e unir os temas mais próximos, resultando na realização de três disciplinas. Objetivo dessas foi tentar contemplada e solucionar as principais problemáticas enfrentadas na comunicação do Canto. São elas: fotografia; produção textual e plataformas e mídias digitais.

O cronograma ficou estabelecido dessa forma:

Fotografia: dia 2 de maio (quinta-feira), 18 horas, no estúdio de fotografia do Centro de Humanidades II da UFC

Produção Textual: dia 4 de maio (sábado), 9 horas, no escritório do Canto no campus da arquitetura da UFC

Plataformas e Mídias Digitais: dia 4 de maio (sábado), 13 horas, no escritório do Canto no campus da arquitetura da UFC

1ª OficinaFotografia 

No primeiro dia de oficina, foi contemplada a fotografia. Nesta oficina, os princípios básicos e introdutórios da fotografia foram explanados, além da presença do fotógrafo profissional, Mario Sabino, da empresa de audiovisual ShotUp, que introduziu a vivência que possui com fotografia.

Mario contemplou com maestria os aspectos éticos e socioculturais da fotografia, não só os técnicos. O que foi de grande relevância para os participantes visto que o Canto realiza um trabalho de envolvimento social.

Explicou técnicas de como conseguir a melhor foto; como convencer alguém a ser fotografado; como se dá a relação entre foto e cidade; até que ponto ir para a fotografia não se tornar invasiva; qual o direcionamento de mídia mais interessante; dentre outros.

Foram relatos de vivência na rua, na comunidade, no Centro etc que deram a dimensão real e exemplificada do que a fotografia pode ganhar quando, acima de tudo, se tem um olhar humano sobre ela.

2ª OficinaProdução Textual


No sábado pela manhã,
as alunas Jacilene e Aline realizaram uma oficina de redação para os membros do Escritório Modelo de Arquitetura e urbanismo da UFC (Canto).

A oficina se iniciou com Aline falando sobre o que é o lide, os tipos de lide, pirâmide invertida, pirâmide deitada e critérios de informações que devem ser levadas em conta na montagem de um cartaz ou até mesmo em uma publicação nas redes sociais.

Lena falou sobre a importância do release, como fazer um para divulgar as atividades realizadas no Canto, os critérios de visibilidade de uma informação e a importância do título para atrair a atenção do leitor.

Depois da parte teórica, Jacilene realizou uma análise dos cartazes produzidos pelos integrantes do Canto, para que fosse diagnosticado o que poderia ser melhorado para deixá-los mais atrativos e informativos. Foi sugerido que seja adotado um padrão no modelo dos cartazes, para que os mesmos passem a ter uma identidade visual que represente o Canto.

Outra sugestão foi que sejam levados em consideração os elementos do lide, para não gerar dúvida quando alguém visualizar o cartaz. Também foi mostrado que a escolha do local onde o cartaz será fixado também é importante, pois é recomendável levar em consideração a quantidade de pessoas que passam pelo local.

Aline analisou o Tumblr (rede social) do Escritório de Arquitetura e também fez sugestões sobre o tipo de conteúdo que pode ser postado nessa rede social e o que fazer para atrair seguidores e gerar visibilidade. O Facebook do Canto também passou por uma análise para diagnosticar o que estava funcionando e o que poderia ser mudado para que a ferramenta ficasse mais atrativa para o seguidor da página.

Por fim, foi percebido que uma das soluções para otimizar as redes sociais do Canto é criar um planejamento de conteúdo e realizar postagens diárias, para que o internauta fique sempre atualizado sobre a programação do Escritório de Arquitetura.

 

3ª OficinaPlataformas e Mídias Digitais

Visto a necessidade iminente dos integrantes do Canto no que diz respeito a criação e manutenção de sites, blogs e redes sociais e o desafio de organização interna foi ministrada uma oficina que englobasse todas as dificuldades.

Nessa oficina, plataformas para a criação de sites e blogs como o Wix e o WordPress foram apresentadas e esmiuçadas passo a passo para que os integrantes do escritório se sentissem aptos a criar e alimentar um possível blog ou site.

Foi mostrado na prática e em tempo real a criação, do zero, de um possível site no qual eles poderiam depositar o portfólio deles. Também foram apresentadas ferramentas para facilitar a organização interna do grupo e para mesurar as possíveis atuações do escritório no meio digital.

Além disso, foi abordada, em detalhes, as redes sociais: Facebook e Instagram. O intuito era fazer com que o Canto entendesse de forma técnica como é o funcionamento dessas duas redes sociais para que, posteriormente, pudessem saber a melhor forma de promover o escritório por meio delas.

No que diz respeito ao Facebook, foi feita uma contextualização histórica e de dados para que os participantes da oficina pudessem compreender a dimensão que tem essa rede social. Foi explanado sobre o funcionamento técnicocomo funciona o algoritmo, por exemplo -, sobre como fazer postagens, a melhor forma de preencher informações de perfil, como analisar fan page, como compreender seu público, como atrair pessoas, como gerar conversão, etc.

Quanto ao Instagram, foram levantados aspectos essenciais para um perfil de sucesso. Falou-se sobre a qualidade das imagens, sobre as legendas das fotos, sobre o uso estratégico das hashtags, sobre interação, etc.

Ao final da oficina, foi aberto um espaço para comentários e dúvidas, o que foi produtivo para a troca de ideias e de experiências.

Balanço Geral

Os integrantes do projeto de extensão, Canto, desde o primeiro contato, onde foi proposto o acontecimento de oficinas, demonstrou real interesse pelo aprendizado em comunicação. Eles externaram, durante a reunião de diagnóstico, suas principais demandas e falhas em comunicação, avaliaram essas questões como relevantes.

A participação por parte dos integrantes do escritório modelo de arquitetura Canto foi exemplar. Todos os envolvidos tinham vontade em aprender e respeito por quem estava ministrando a oficina.

Ao final das três oficinas, a equipe foi agradecida. Os estudantes participantes do Canto afirmaram que o conteúdo das oficinas foi rico e os fizeram compreender mais sobre comunicação. Assim, ficou combinado acordado o maior comprometimento dos alunos de Arquitetura e Urbanismo a cumprirem as demandas de comunicação, já que representa um problema urgente a ser solucionado.

Estudantes de jornalismo da UFC realizam oficina em rádio comunitária de Caucaia

Junho de 2016

Introdução

Através da disciplina de Jornalismo no 3º Setor, coordenada pela professora Márcia Vidal, alunos do 6º semestre de Jornalismo na Universidade Federal do Ceará (UFC) tiveram a oportunidade de ministrar oficinas para os funcionários da Rádio Centro FM, que integram a Rádio comunitária que funciona no Centro de Caucaia.

A Rádio Centro FM fica localizada no Mercado Público do Município de Caucaia, ela funciona há 20 anos no mesmo local e resiste às mudanças de poder público. Atualmente, a Rádio funciona com um número reduzido de funcionários devido a falta de investimentos e apoio da Prefeitura Municipal. A rádio, de caráter comunitária, busca ajudar na comunicação das pessoas que frequentam não só o Mercado Público de Caucaia, mas todo o centro da cidade. A comunicação não é estabelecida por ondas radiofônicas AM e FM, mas por transmissão através de caixas de sons espalhadas em pontos de ônibus, hospitais, postos e estabelecimentos e através da internet.

A escolha por realizar um trabalho de capacitação junto à Rádio Comunitária Centro FM aconteceu após uma pesquisa realizada entre os integrantes da equipe junto as regiões metropolitanas de Fortaleza. A forma inusitada de fazer comunicação despertou o interesse da equipe para contribuir com a melhoria de seus serviços prestados à comunidade. A equipe – formada por Ana Rute Ramires, Julia Ionele, Kamylla Veras, Thamiris Treigher e Túlio Carvalho – percebeu que os membros da Rádio Comunitária Centro FM possuíam algumas demandas sobre orientação crítica da mídia e conhecimento básicos sobre ferramentas jornalísticas voltadas para o Rádio.

Tivemos o intuito de escolher uma rádio comunitária que prestasse serviços a comunidade sem fins lucrativos. Muitas histórias que se desenvolveram no Município de Caucaia estão paralelamente ligadas a Rádio Centro FM que usa seus serviços de som buscando melhoria no processo de informação das pessoas.

Apresentação do Objeto:

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A Rádio Comunitária Centro FM funciona dentro do Mercado Público de Caucaia há 20 anos. Durante esse período, a Rádio tem resistido a falta de investimentos por parte das autoridades públicas. Funcionamento seis dias por semana, religiosamente, de 7h às 18h sem intervalo para o almoço.

A Rádio foi fundada no mês de março do ano de 1996. No inicio eram somente 16 caixas de som que irradiavam músicas gravadas em fitas K7 diretamente do estúdio nos altos do Mercado Juaci Pontes. O primeiro colaborador técnico foi o Sr. Ronaldo Cartuxo, passando por alguns outros que não permaneceram no projeto durante longas datas. Atualmente, possui um estúdio mais moderno que o anterior e é comandado pelo Radialista Francisco Duarte, o conhecido Chico Duarte, que dedica seus dias à programação da Rádio.

A Rádio Comunitária conta ainda com mais dois funcionários, Érica Silveira e Tavares Cavalcante, que ajudam a colocar a programação no ar, caso aconteça algum imprevisto. Nenhum dos funcionários possui formação em jornalismo, apenas Chico Duarte possui a carteira do sindicato dos radialistas. Os três funcionários ainda exercem múltiplas funções para que a Rádio possa funcionar regulamente.

A programação segue a mesma linha diariamente:

· 07:00:00 às 08:00:00 – Momento Gospel – com Centro Fm
· 08:00:00 às 12:00:00 – Bom dia Caucaia – com Centro Fm
· 12:00:00 às 16:00:00 – Show da Tarde – com Centro Fm
· 16:00:00 às 18:00:00 – Forrozão da Centro – com Chico Duarte
Intercalado a essa programação, a Rádio transmite notícias sobre esportes, saúde, dicas de entretenimento, achados e perdidos, pedidos de ajuda para a comunidade, denúncias de assuntos públicos, além de tratar de assuntos de serviços gerais como anúncios de vagas de empregos e a política local informando as pessoas sobre as audiências públicas do Município e calendários de vacinação.

O estúdio, que conta com apenas uma sala, uma mesa e um computador, tem pouco mais de cinco metros quadrados e funciona no segundo andar do Mercado Público. Os equipamentos são deficientes, as caixas de som espalhadas pela cidade são em torno de 47 e o serviço de manutenção dessas caixas é feito por pessoas que se solidarizam e se identificam com o trabalho da Rádio.

A comunidade participa da programação utilizando a Rádio como meio de comunicação para os diversos assuntos: pedidos de vagas em escola, procurando pessoas, se oferecendo para trabalhos, divulgando ações sociais que acontecem nos distritos de Caucaia. Além de poderem entrar em contato através de um número de atendimento em que elas podem pedir músicas, recados e até para regular o som de determinadas caixas.

Apesar de pequena, a Rádio possui rede social e vários seguidores que podem opinar em tempo real e conversar com os locutores, servindo como termômetro para a programação. As redes sociais são controladas pelo representante Chico Duarte que tenta, sempre que possível, atender aos pedidos e solicitações da população.

Uma das grandes dificuldades que a Rádio encontra é atender os seus mais de 350 mil habitantes. Uma das ambições é relativa ao número de caixas de som distribuídas ao longo do centro, os organizadores da Rádio querem aumentar essa demanda para que mais pessoas sejam atingidas.

Sondagem Inicial:

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Antes do início das oficinas, a equipe realizou um encontro com alguns integrantes da Rádio Centro de Caucaia. O objetivo foi diagnosticar melhor as necessidades do grupo. Após as discussões, os temas das oficinas foram decididos: locução, produção, redação e linguagem radiojornalística.
As oficinas foram realizadas no período da tarde de 13h às 18h, no dia 1 de junho de 2016, no próprio Mercado Público a pedidos dos colaboradores.

Primeiro Contato:

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O primeiro contato foi feito pela aluna Julia Ionele que fez a visita nos domínios da Rádio no dia 27 de maio. Ela foi recebida pelo organizador Francisco Duarte, que agradeceu a oportunidade de participar com a sua equipe das oficinas.

Nesse momento, a história e organização da Rádio foram apresentadas, além dos equipamentos que controlam e regulam as caixas de som no centro da cidade. Durante o primeiro contato, várias pessoas chegaram à rádio para oferecerem seus serviços. A aluna pôde ver o funcionamento de perto, atendendo as demandas de pedidos de músicas e alôs.
Durante a pré-entrevista, o presidente da Câmara dos Vereadores de Caucaia, Silvio Nascimento, apareceu e pediu a divulgação de uma plenária na Câmara. Chico Duarte disse que o serviço é solicitado com frequência por não haver no município outras rádios comunitárias, a mais próxima ficaria no distrito de Capuan a 20 km do Centro de Caucaia.

Depois de algumas horas dentro do estúdio fazendo anotações e tirando dúvidas com os funcionários, a aluna foi convidada para dar uma volta pelo centro da cidade e ver de perto o sistema de cabeamento de som. Ao longo das ruas, as músicas e informações eram ouvidas, conversando com algumas pessoas que visitam o centro com frequência, elas disseram que o som advindo das caixas são agradáveis e típicos da vida urbana de Caucaia, falando ainda, que em um dia atípico quando as caixas estão com defeitos, a cidade fica triste.
Aspectos Abordados na Oficina:

De acordo com as demandas dos profissionais da rádio comunitária observados na visita inicial, a equipe preparou um conteúdo resumindo alguns conceitos básicos e informações acerca da atuação jornalística para ser utilizado na oficina.

O material exposto no próximo item contém algumas discussões teóricas sobre os critérios de noticiabilidade para iniciar a discussão. Em seguida, o material explicita aspectos importantes da reportagem no rádio, explorando o cuidado com o som, a linguagem e o papel do jornalista.

Também foi problematizada a questão da locução radiofônica, com aspectos a serem observados para melhor desempenho da locução e dicas para cuidados prévios com a voz. Por fim, o material utilizado na oficina, contém dicas para uma boa redação e edição de texto na rádio.

Após a discussão para embasar os participantes, foram sugeridas oficinas de adaptação de texto impresso para meio radiofônico e locução jornalistica.

Material Utilizado

I. Critérios de Noticiabilidade
O que é notícia?
“Notícia é o imediado, o importante, uma coisa que tem impacto na vida das pessoas”. (Freda Morris, BBC)
“Informação, exposição sucinta de um assunto”. (Dicionário Aurélio)

Os manuais de redação britânicos citam ainda “aquilo que interessa as pessoas” ou “aquilo que provoca a reação do ouvinte ou telespectador”. Andrew Boyd, citado por Marcelo Parada, reuniu os elementos das “grandes notícias” e analisou os aspectos em comum. Dentre as características, destacou (PARADA, 2000, p. 24):
1. Proximidade: a notícia precisa ser algo que tenha interesse na vida do ouvinte.
2. Relevância: o assunto deve ser do interesse do maior número de pessoas possível.
3. Imediatismo: a força do rádio está em relatar o que está acontecendo “aqui e agora”.
4. Interesse: somar o que a audiência precisa saber com o que quer saber.
5. Drama: perigo, aventura, conflitos, perseguições, crimes rendem grandes notícias. Temas que podem gerar notícias apelativas. É importante contar os fatos sem perder a credibilidade e integridade.
6. Entretenimento: o ouvinte também liga a rádio para se distrair e divertir.
● Por que as pessoas ligam a rádio?
O ouvinte sempre está a procura de um dos itens abaixo:
Hora certa
Emergências: blecaute, alagamentos, trânsito, incêndios. É o que acontece “aqui e agora”.
Denúncias: o jornalismo investigativo desperta a atenção dos ouvintes.
Atos do governo: o que as autoridades fazem tem impacto na vida da população.
Conflitos e debates: discussões acerca de temas polêmicos
Saúde : novos tratamento, medicamento, como viver bem.
Esportes: informações acerca de competições mobiliza a atenção

II. A reportagem na rádio
● Som, a matéria-prima
A utilização do som é uma maneira de transportar o ouvinte para o local do acontecimento. A matéria deve reproduzir o ambiente, para que não se reduza à mera leitura de um texto com o trecho da entrevista.
O som, às vezes, tem uma alta carga emocional e informativa. O impacto dele no ouvinte pode ser maior do que um longo relato, por mais bem escrito que seja.
Não se trata apenas da voz do repórter, mas da música, do ambiente, dos gritos, das sirenes, do choro, enfim, de tudo que cerca uma situação.
● O jornalista de rádio
O trabalho do jornalista não deve reproduzir um registro sonoro na forma da voz de uma pessoa. Deve sempre procurar informações adicionais, que ajudem a compor o cenário do acontecimento.
● Linguagem
A linguagem radiofônica deve ser simples e clara, não simplória. Seja conciso sem ser superficial. Vá direto ao ponto.
III. Locução Radiofônica
● Aspectos que devem ser harmonizados na dinâmica da locução em dupla:
– Volume da voz: cuidar para que os microfones tenham a mesma qualidade
– O tom alto que os apresentadores devem manter ao longo de todo o programa.
– O ritmo da colução. Um acelerado e outro em câmera lenta não funciona.
– A quantidade de intervenções. É preciso ficar atento para que o diálogo seja equilibrado.

● Cuidados com a voz.

Dicas:

– Invista na maçã! A fruta tem ação adstringente, ou seja, “limpa” a garganta, trazendo alívio e bem-estar.
– Evite pigarros: “Ao efetuar muitos pigarros com o objetivo de melhorar a secreção presente nas pregas vocais, o efeito é exatamente contrário”, adverte a fonoaudióloga Sonia Salama. Por isso, para compensar a necessidade de tossir ou pigarrear forte, tente beber água ou deglutir algumas vezes.
– Não grite, não sussurre. Fale normalmente. Usar a voz em tom mais alto ou mais baixo que o habitual necessita um esforço maior, que pode provocar a formação de nódulos. O calo acontece quando a pessoa força demais a musculatura e produz um choque entre as cordas vocais, devido a essa tensão exagerada. Como consequência, a voz fica com um agudo muito irritante e as pessoas perdem até mesmo o fôlego para falar.
– Preste atenção na sua respiração. Respirar pelo nariz é sempre mais saudável. Problemas respiratórios – a maioria de fundo alérgico – nos levam a respirar pela boca. Com isso, a garganta fica mais ressecada e fazemos um esforço maior para falar e respirar.

IV. Produção Jornalística – Redação e edição da notícia
Dicas para escrever um bom texto:
1. Escrever do jeito que fala: observar o ritmo e a fluência;

2. Coloque-se no lugar do ouvinte: atentar para palavras mal empregadas e construções mal feitas, que são prejudiciais à compreensão;

3. Escreva com simplicidade: seja claro e preciso;

4. Não use o gerúndio: como “vai estar fazendo”;
5. Escreva sempre na ordem direta: sujeito, verbo, predicado;
6. Evite estrangeirismos: não utilize palavras estrangeiras se existirem equivalentes no português;
7. Não inicie transmissão com citações: o ouvinte não consegue ver aspas, não saberá que é uma citação;
8. Não inicie a frase com pronomes pessoais: “Ele foi a supermercado”. Ele quem?;
9. Evite usar números quebrados: “Oito acertadores vão dividir os 47 milhões, 234 mil, 687 reais e 24 centavos da Sena”. Arredonde quando não houver prejuízo para o entendimento correto da notícia;
10. Pronuncie corretamente o nome de pessoas e empresas: escreva a pronúncia;
11. Releia tudo;
12. Não cometa erros de informação: a informação deve estar sempre correta;
ATIVIDADE PRÁTICA
Oficina 1: Adaptar notícias para a linguagem do rádio, a partir de recortes retirados do jornal impresso. Depois disso, juntar as notícias e montar um roteiro de boletim informativo.
Oficina 2: Treinar a locução do material produzido na oficina 1.

Atividade Prática

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O segundo contato do grupo com os radialistas foi feito pelos estudantes Kamylla Veras, Thamiris Treigher e Túlio de Carvalho. A simpatia predominou o encontro: desde a apresentação dos membros e colaboradores da rádio ao trio, até a amostragem de aparelhos e de como funciona a rádio.

Quando todos sentaram para dialogar e trocar experiências, percebeu-se, imediatamente, a vontade dos integrantes da rádio de aprender e absorver conhecimentos técnicos, já que estes não faziam parte de suas principais características.

O grupo de radialistas de Caucaia possuía sim, uma grande capacidade prática de transmitir informações para o público, como se aquilo fosse intrínseco a eles, uma espécie de talento natural. Talento natural, este, um tema bastante abordado na oficina realizada pelos alunos.

No entanto, o trio de alunos começou o estudo ouvindo mais as histórias que tentando falar, para assim entender melhor com quem se estava lidando e não dar algum passo em falso ou transparecer arrogância em querer lhes ensinar algo que eles já possuem conhecimento. Tentava-se entender como eram feitos os programas, quais técnicas utilizavam, se era ao vivo ou se era gravado, se era apresentado em dupla ou por apresentador único; tudo a fim de filtrar melhor as perguntas que se fariam posteriormente a eles.

Depois que os comunicadores esmiuçaram a própria história e abriram as portas do estúdio para os estudantes, chegara a hora das perguntas e de passar algumas informações aos pacatos mas brilhantes radialistas, responsáveis por grande parte do conhecimento e entretenimento popular.

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A primeira pergunta que fizeram os universitários a eles foi sobre a maneira de como se gravavam os programas, ao vivo ou gravado. A resposta foi exatamente o que se esperava: contaram que se fazia tudo ao vivo, mais pela falta de tempo e, principalmente, pela falta de estrutura. Os alunos explicaram a importância do ao vivo, e de como no rádio o ao vivo sempre será superior ao gravado, pois, visto que o rádio se baseia na interação com o público, dá uma dinamicidade diferente, um ritmo que só o ao vivo é capaz de proporcionar, visto que é impossível ensaiar a “realidade”. Quando algo é gravado, sempre poderá se apoiar na possibilidade de errar e depois recomeçar a gravar, isso acaba quebrando o ritmo da transmissão e perdendo a espontaneidade que é tão importante para o conteúdo radiofônico. Eles concordaram e, felizmente, enxergaram que muitas vezes o trabalho mais simples e mais econômico é a forma correta e que o público mais gosta de ouvir.

No que concerne a público, já que o assunto foi citado, foi perguntado o que significava informação na concepção deles. Responderam de maneiras semelhantes, Érica Silveira disse que era tudo que ocorria ao seu redor. Já Tavares Cavalcante afirmou que era tudo de importante que acontecia. Francisco Duarte disse, categoricamente: “notícia é tudo aquilo que me interessa e que interessa ao público”, e talvez essa seja a definição mais próxima à dos teóricos do assunto, expostas a seguir:
“Notícia é o imediato, o importante, uma coisa que tem impacto na vida das pessoas”. (Freda Morris, BBC)
“Informação, exposição sucinta de um assunto”. (Dicionário Aurélio)

Os manuais de redação britânicos citam ainda “aquilo que interessa as pessoas” ou “aquilo que provoca a reação do ouvinte ou telespectador”. Os acadêmicos expuseram alguns critérios de noticiabilidade de Andrew Boyd: proximidade, ou seja, a notícia precisa ser algo que tenha interesse na vida do ouvinte, e relevância, o assunto deve ser de interesse do maior número de pessoas possível. Outros fatores são imediatismo, pois a força do rádio está em relatar o que está acontecendo “aqui e agora”; o interesse, que soma o que a audiência precisa saber com o que quer saber; drama e, claro, o entretenimento, já que o ouvinte também liga a rádio para se distrair e divertir.

Outra questão abordada pelos estudantes foi se os radialistas preferiam que os programas fossem apresentados em dupla ou por apresentador único. A resposta foi unânime e surpreendente, de certa forma, já que todos disseram que seria preferível um apresentador apenas. Talvez isso se dê ao fato de que todos as atrações da rádio sejam dessa maneira.

Os estudantes explicaram que se o programa fosse apresentado em dupla, melhoraria muito a dinâmica e também a identificação com o público com os dois apresentadores. Outro fator importante ainda no tema, segundos os alunos, é ter um apresentador e uma apresentadora, antes de ter dois do mesmo sexo, pois assim o público tem a sensação de complemento, também evita-se um fenômeno muito comum: o público gostar mais de um que de outro, já que não mais parecerá um complemento, e sim uma competição.

Participação dos Membros

Julia Ionele realizou o primeiro contato com o responsável pela Rádio. Fez a sondagem inicial e estudo da estrutura física da Rádio em uma visita prévia. Também observou a capacitação dos funcionários para entender as demandas técnicas e teóricas dos profissionais.
A partir do material desenvolvido por Julia no encontro com os funcionários da Rádio, as demandas foram analisadas e Ana Rute elaborou um material para ser utilizado na oficina, que continha resumo teórico e orientações acerca de oficinas que pudessem suprir as necessidades dos funcionários da Rádio,
A oficina foi ministrada por Thamiris e Túlio. Na oportunidade, fizeram uma roda de conversa com os participantes abordando os temas do material. Também foram facilitadores da oficina sugerida no material.
Kamylla auxiliou a oficina, preparando os materiais necessários para as atividades e capturando imagens das visitas à Rádio.

Conclusão

O objetivo do presente trabalho foi repassar os conhecimentos adquiridos ao longo do curso para a comunidade escolhida. A elaboração e execução do trabalho foi feita toda em equipe, a escolha pela Rádio Centro FM durou cerca de um mês e os critérios que foram levados em conta para a escolha foram: acessibilidade, necessidade, importância para a comunidade. Depois da dúvida entre duas rádios do mesmo município a Rádio Centro FM foi escolhida.
Durante o período de execução do trabalho, todos os membros participaram das discussões de como seriam realizadas as oficinas, procurando uma melhor forma para pôr em prática a nossa escolha teórica de textos e a linha de pensamentos que deveríamos seguir. A consulta se deu para identificar as demandas que eles precisavam.
A realização do trabalho foi prazerosa e construtiva para ambos os lados, nós, ficamos felizes em poder conhecer toda uma estrutura que já não é comum, as caixas de sons, o envolvimento das pessoas com o funcionamento da rádio.
A realização do trabalho foi de suma importância para conhecer a importância que uma rádio comunitária tem na vida de uma sociedade, para entender as dificuldades na sua resistência. A disciplina nos proporcionou enxergar outras estruturas e formas de ainda na graduação ajudar indiretamente várias pessoas.

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Bibliografia

LOPEZ, José Ignácio. Manuel urgente para radialistas apaixonados. São Paulo: Editora Paulinas. 2007.

PARADA, Marcelo. Rádio: 24 horas de jornalismo. São Paulo: Editora Panda, 2000.

 

Link para o vídeo 

Estudantes da UFC capacitam comunicação em instituto-escola religioso

No trabalho de campo da disciplina de Jornalismo no 3º Setor, acompanhamos o Intituto Filippo Smaldone durante o período de quatro semanas em um trabalho de assessoria técnica comunitária. Foi ministrada uma oficina por semana, sempre às tardes de segunda-feira, levando em conta as demandas em comunicação da instituição.

A instituição
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O Instituto Filippo Smaldone é uma instituição filantrópica que atua em Fortaleza e municípios vizinhos com o objetivo de fornecer atendimento educacional e de reabilitação à crianças e adolescentes com deficiência auditiva. Fundado em 1988, é dirigido pela Congregação das Irmãs Salesianas dos Sagrados Corações e atualmente atende também a população do bairro em que se localiza, Joaquim Távora, através de turmas de creche mistas, compostas por crianças surdas e não-surdas.

A comunicação da instituição é composta por um blog, um site ainda em construção, página e perfil no Facebook, canal no Youtube, uma conta no Flicker e no Instagram, além dos comunicados internos da escola para alunos e familiares. Porém, não há um profissional ou equipe destinada especificamente a esse trabalho. As pessoas que colaboram com a comunicação na escola e no instituto é a auxiliar administrativa, Cindy Barbosa, o intérprete de libras, Felipe Maranhão, a orientadora social, Rafaella Alencar e a auxiliar administrativa e coordenadora da equipe de comunicação do instituto no país, Irmã Indyara Moreira.

As oficinas

Antes de começarmos as oficinas, visitamos o Instituto para que pudéssemos conhecer a estrutura e assim compreender melhor suas necessidades. A partir deste primeiro encontro, notamos que, apesar de já realizarem alguns trabalhos em comunicação, não havia conhecimentos técnicos e os realizavam de forma intuitiva, principalmente no que diz respeito ao contato com a mídia.

Foram realizadas quatro oficinas em um período de quatro semanas, levando em consideração a análise que fizemos das necessidades e também os pedidos dos participantes ao longo das aulas. A primeira oficina se dividiu em dois blocos: o primeiro mais teórico, com noções gerais de comunicação, seguido de análise crítica da mídia a partir de questões éticas. Já no segundo falamos sobre o trabalho de assessoria de imprensa e ensinamos os participantes a fazer um release.

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Nesse momento pudemos responder dúvidas dos participantes tomando como base situações já vividas no trabalho de comunicação da instituição. Decidimos seguir com a temática na segunda oficina, retomando o conteúdo do encontro anterior através de exemplos de releases, porém desta vez com enfoque em questões de redação. Atendendo a pedido dos participantes, levamos exercícios de português a fim de esclarecer os erros gramaticais mais comuns na escrita.
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Outra grande demanda da comunicação da instituição é a produção audiovisual. Portanto, destinamos a terceira oficina à edição de vídeos. Atualmente os vídeos são produzidos no Sony Vegas por Felipe Maranhão que trabalha como intérprete de libras e também encarregado da parte comunicacional, o único da instituição que possuía conhecimentos quanto à edição de vídeo. Fizemos, então, uma oficina básica de edição para que outras pessoas dentro da instituição também pudessem exercer essa função.

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Por fim, a última oficina trouxe uma discussão sobre mídias sociais. O Filippo Smaldone possui perfis em várias redes sociais, alimentados com frequência, e estes funcionam como um dos principais canais de comunicação do instituto com a comunidade. Ensinamos, portanto, estratégias de administração de redes sociais a fim de conseguir uma maior repercussão. Na discussão entraram também noções básicas de fotografia e de produção de peças para a divulgação de eventos e outras atividades da instituição.

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Avaliação

Os quatro encontros que tivemos no Instituto Filippo Smaldone tiveram um resultado satisfatório. Durante as oficinas procuramos estar sempre questionando quanto à realidade da instituição, podendo assim aplicar os conteúdos dados, o que nos permitiu também descobrir novas demandas a serem atendidas nas outras oficinas. Antes das oficinas os participantes já tinham a consciência da importância da comunicação e interesse em aprofundar os conhecimentos técnicos, porém faltava a oportunidade.

Desde o primeiro contato todos mostraram interesse e disposição em participar das oficinas, o que foi essencial para o resultado positivo. Certamente ainda há o que ser melhorado na comunicação do instituto, porém acreditamos que após este trabalho os participantes estão mais capacitados e aptos a realizarem uma comunicação eficiente com o público e a imprensa.

 

Fotos: Larissa Pereira

Alunos da disciplina Jornalismo 3° Setor: Ana Beatriz Leite, Daniel Duarte, Diego Barbosa, Larissa Pereira e Michel Miron.