Estudantes de escola ocupada em Fortaleza recebem oficinas sobre Comunicação

Equipe: Carolina Melo, Claryce Oliveira, Filipe Pereira, Nícolas Paulino e Theyse Viana.

A Escola de Ensino Médio Governador Adauto Bezerra, localizada no Bairro de Fátima, em Fortaleza, foi a quinta instituição ocupada por estudantes da rede estadual de ensino na Capital, durante a greve de professores. A ocupação no Adauto teve início na noite de uma quarta-feira, 04 de maio de 2016, como forma de reivindicar maior verba para merenda escolar, passe livre no transporte público e reformas estruturais e de ensino nas escolas, além de se alinhar à greve dos docentes da rede estadual.

Nesse contexto, os estudantes Carol Melo, Claryce Oliveira, Filipe Pereira, Nícolas Paulino e Theyse Viana, todos do sexto semestre do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará (UFC), decidiram visitar a escola, conversar com alguns estudantes e oferecer a aplicação de oficinas sobre produções jornalísticas no ambiente da comunicação independente. A atividade integra a disciplina de Jornalismo no 3º setor, ministrada pela professora convidada Márcia Vidal. O objetivo é solucionar ou minimizar deficiências nos setores de comunicação de empresas ou instituições.

Em vez de procurar essas instâncias, a equipe decidiu ministrar os conteúdos para estudantes da ocupação na escola Adauto Bezerra, observando que esse público possui uma grande necessidade de produzir e expor conteúdos autorais, independentes e fiéis aos objetivos do movimento, aspectos que, muitas vezes, de acordo com eles, são deturpados pelos veículos da mídia tradicional.

Necessidades no âmbito comunicacional

Ao propormos as oficinais aos estudantes, descobrimos que eles utilizavam apenas página no Facebook  para comunicação externa, tanto com os apoiadores da ocupação quanto com outras escolas ocupadas. Adaptação do texto produzido pelos estudantes para linguagem web, criação de uma blog para organizar conteúdos, e uma melhor organização da comunicação interna entre os membros da ocupação foram listadas como as principais deficiências

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Dadas essas demandas, planejamos oficinas que pudessem agregar noções práticas de produção, redação e edição de conteúdos para serem veiculados na página, de forma completa, rápida e eficaz, como pedem as condições de consumo do suporte em questão.

Primeiro dia: oficina de leitura crítica da mídia

Sem títuloNo momento inicial do primeiro dia de oficinas, promovemos uma roda de conversa para conhecer nossos participantes, como forma de manter uma interação com o grupo. Pedimos que os estudantes relatassem que tipo de produtos midiáticos e noticiosos preferiam assistir, onde costumavam buscar informações e como eles avaliavam o posicionamento de empresas de comunicação tradicionais. Constatou-se, nesse debate, que a maioria deles deixou de verificar informações em jornais impressos e em programas de televisão por considerarem a abordagem dos assuntos parcial e “manipulada”. Além disso, todos acessam conteúdos jornalísticos na internet, principalmente no Facebook, embora alguns relataram ouvir rádio e podcasts com frequência.

Depois desta rodada, passamos a discutir coberturas realizadas por veículos locais sobre a ocupação no Adauto Bezerra. Mostramos notícias e reportagens hospedadas nos sites dos jornais O Povo e Diário do Nordeste, na rádio Verdes Mares 810 AM, no portal da Agência Brasil e nos telejornais CETV 1ª edição e Bom Dia Brasil e pedimos para que eles votassem se “leriam” ou “não leriam” os conteúdos. Na maioria dos casos, eles relataram a segunda opção pela abordagem de que os estudantes estão em greve como apoio aos professores, ou que a ocupação deixa milhares de outros sem aula. Outra forma de repúdio foi à referência de vandalismo dentro das escolas.

A conversa demorou mais de uma hora até que pudemos começar o conteúdo específico da oficina. Abordamos toda a rotina de produção jornalística, passando do recebimento da pauta até a edição final.

A equipe levantou questões sobre como as notícias que foram utilizadas como exemplo seriam recebidas pelo público desses veículos. Para isso foram analisados todos os componentes das mesmas, partindo do título, seguindo pelo subtítulo, as fotos escolhidas para compor as matérias e o próprio conteúdo em si. Os participantes da oficina contribuíram durante todo o processo de avaliação dos produtos da mídia.

DSC_0066.JPGOs alunos que ministraram a atividade também puderam relatar como são suas rotinas de trabalho, já que lidam com o fazer jornalístico em diferentes meios de comunicação (rádio, jornal impresso e web).

Conceitos como agenda-setting e os critérios de noticiabilidade foram explicados e inseridos dentro da perspectiva da ocupação, a partir do modo como a mídia tem tratado o assunto e as consequências diretas dessa abordagem mais geral e superficial que esses meios assumem. Discutiu-se também sobre o mito da objetividade jornalística e os diferentes aspectos que contribuem para a sua inexistência dentro do campo do jornalismo. E por fim, os termos e etapas presentes na produção jornalística como a pauta, a decupagem, o tempo e apuração dos dados foram esclarecidos.

O principal intuito da oficina foi mostrar os bastidores do processo de elaboração de uma notícia, demonstrando que ele está atravessado por múltiplos fatores, como ideologia do jornalista e da empresa, disfunções no processo de apuração, interpretação e tradução dos dados e condições trabalhistas, físicas e emocionais dos profissionais envolvidos. Além disso, tentamos contribuir para que eles, já críticos, pudessem aprimorar o olhar quanto a perceber as estratégias utilizadas para se montar uma ideia e os possíveis efeitos de realidade causados na audiência.

Segundo dia: oficinas de audiovisual, edição e texto para a web

Considerando que as produções em audiovisual são formas cada vez mais comuns e eficazes de comunicar, principalmente no contexto dos estudantes da ocupação, ministramos oficinas voltadas à produção de vídeos com foco em mídias móveis e à percepção do processo de edição com um viés mais crítico, abordando a construção de narrativas.

Num primeiro momento, mostramos elementos teóricos e práticos relacionados à fotografia e a vídeos: enquadramentos, planos, sequenciamento, efeitos de realidade, iluminação e técnicas para obter uma gravação visualmente eficaz. Foram explorados os efeitos de narrativa criados através da mudança entre planos fotográficos, variando entre enquadramentos mais abertos e fechados, possibilitando, assim, uma possibilidade  de escolha visual nas coberturas audiovisuais da ocupação.

Na parte de iluminação, o objetivo foi mostrar o potencial da luz em uma produção audiovisual; o quanto ela pode ajudar e atrapalhar, dependendo de conhecimentos prévios.  foram exemplificados casos em que a luz foi utilizada de forma a ser mais bem aproveitada além dos casos de contraluz e luzes “estouradas” (excesso de iluminação). Equilibrar o ISO (sensor de iluminação) da câmera e orientar a direção da luz no rosto do personagem e do cenário, sempre aproveitando a melhor luz possível, principalmente à noite, foram algumas das técnicas a serem ensinadas.  

Depois disso, focamos na captação de áudio, com dicas para aproveitar melhor os ambientes e evitar ruídos de comunicação e transtornos no momento de editar o material. Foram mostrados dispositivos que ajudam na identificação dos planos e tomadas e na sincronização entre imagem e som, como a claquete.

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Ao longo das explicações, mostramos vídeos com reportagens da mídia alternativa e também fotografias de profissionais reconhecidos, como Sebastião Salgado, a fim de exemplificar o que estava sendo dito e tornar o momento mais dinâmico e proveitoso. Os estudantes participaram ativamente, lançando questionamentos e relacionando os conteúdos da oficina a exemplos já vistos.

Quanto à oficina de edição, tivemos uma mudança de planos. A ideia inicial era mostrar ferramentas básicas para montagem e edição de vídeos no programa Sony Vegas Pro, muito utilizado para essa finalidade. Contudo, durante a sondagem, observamos que alguns estudantes que gerem as redes sociais da ocupação já tinham conhecimento técnico no tema. Decidimos, então, falar da edição como recurso para construção de narrativas.

Na segunda oficina do dia, o estudantes puderam ter uma base superficial, que era a permitida pela ocasião, sobre as principais características do jornalismo voltado para web. Ferramentas como o hiperlink, a personalização de conteúdo, a memória infinita, a instantaneidade/atualização continua e a interatividade foram introduzidos ao grupo.

Todos os tópicos foram contextualizados dentro de exemplos existentes dentro do jornalismo, como a apresentação do trabalho de conclusão de curso da jornalista formada pelo curso de Comunicação da UFC, Luiza Carolina Santo. O pacote multimídia intitulado de “Marcado na Pele” foi usado como exemplo de produto para web muitas vezes. Em diversos momentos da oficina as vantagens do jornalismo online sobre o tradicional foi explicitado, além do fornecimentos de dicas para os alunos de como administrar redes pertencentes ao movimento da ocupação.

Foi apresentado a ideia de criação de um blog para a ocupação, no qual os alunos usariam como uma plataforma de divulgação e arquivamento de informações e conteúdos referentes ao movimento e ainda poderiam divulgar a rotina na escola. Sites próprios para esse tipo de produto foram apresentado, especificamente o Wix e o WordPress. Também foram ressaltadas as características e positivas de cada uma das plataformas.   

A estrutura do lead jornalístico, público alvo e o conceito de pirâmide invertida também foram apresentados aos estudantes. Para finalizar, a equipe orientou e aconselhou possíveis formas de os próprios ocupantes promoverem uma comunicação institucional, de assessoria, do movimento com intuito de angariar apoio popular e atingir o espectadores desejados.     

 

Estudantes de jornalismo realizam oficina para o Canto, escritório modelo de arquitetura da Universidade Federal do Ceará

O terceiro setor consiste em ONGs, instituições, entidades beneficentes, dentre outros, que visam o trabalho voluntário sem fins lucrativos. Foi com a orientação da professora Márcia Vidal que os estudantes do sexto semestre de jornalismo tiveram a oportunidade de trabalhar comunicação diretamente ligada ao terceiro setor. 

A instituição escolhida para a realização do trabalho de campo foi o Canto, escritório modelo de arquitetura composto por alunos de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Ceará.

O Canto desenvolve trabalhos diretamente nas comunidades de Fortaleza, atendendo as demandas coletivas no que diz respeito ao vasto campo arquitetônico. Porém, a dificuldade de comunicação era um problema iminente do projeto.

Demandas 

Na reunião de diagnóstico, que aconteceu na sexta, dia 27 de maio às 13 horas no Canto, os estudantes de jornalismo imergiram na realidade do escritório modelo. Foram apresentados aos trabalhos desenvolvidos por eles e a rotina.

Posteriormente, conhecendo a proposta e o trabalho do Canto, foi feito um levantamento das maiores carências e dificuldades que eles enfrentavam. Depois de uma conversa com duração de cerca de uma hora, percebeu-se que a raiz dos problemas era realmente no campo comunicacional.

Os estudantes de jornalismo tentaram consolidar as demandas principais e unir os temas mais próximos, resultando na realização de três disciplinas. Objetivo dessas foi tentar contemplada e solucionar as principais problemáticas enfrentadas na comunicação do Canto. São elas: fotografia; produção textual e plataformas e mídias digitais.

O cronograma ficou estabelecido dessa forma:

Fotografia: dia 2 de maio (quinta-feira), 18 horas, no estúdio de fotografia do Centro de Humanidades II da UFC

Produção Textual: dia 4 de maio (sábado), 9 horas, no escritório do Canto no campus da arquitetura da UFC

Plataformas e Mídias Digitais: dia 4 de maio (sábado), 13 horas, no escritório do Canto no campus da arquitetura da UFC

1ª OficinaFotografia 

No primeiro dia de oficina, foi contemplada a fotografia. Nesta oficina, os princípios básicos e introdutórios da fotografia foram explanados, além da presença do fotógrafo profissional, Mario Sabino, da empresa de audiovisual ShotUp, que introduziu a vivência que possui com fotografia.

Mario contemplou com maestria os aspectos éticos e socioculturais da fotografia, não só os técnicos. O que foi de grande relevância para os participantes visto que o Canto realiza um trabalho de envolvimento social.

Explicou técnicas de como conseguir a melhor foto; como convencer alguém a ser fotografado; como se dá a relação entre foto e cidade; até que ponto ir para a fotografia não se tornar invasiva; qual o direcionamento de mídia mais interessante; dentre outros.

Foram relatos de vivência na rua, na comunidade, no Centro etc que deram a dimensão real e exemplificada do que a fotografia pode ganhar quando, acima de tudo, se tem um olhar humano sobre ela.

2ª OficinaProdução Textual


No sábado pela manhã,
as alunas Jacilene e Aline realizaram uma oficina de redação para os membros do Escritório Modelo de Arquitetura e urbanismo da UFC (Canto).

A oficina se iniciou com Aline falando sobre o que é o lide, os tipos de lide, pirâmide invertida, pirâmide deitada e critérios de informações que devem ser levadas em conta na montagem de um cartaz ou até mesmo em uma publicação nas redes sociais.

Lena falou sobre a importância do release, como fazer um para divulgar as atividades realizadas no Canto, os critérios de visibilidade de uma informação e a importância do título para atrair a atenção do leitor.

Depois da parte teórica, Jacilene realizou uma análise dos cartazes produzidos pelos integrantes do Canto, para que fosse diagnosticado o que poderia ser melhorado para deixá-los mais atrativos e informativos. Foi sugerido que seja adotado um padrão no modelo dos cartazes, para que os mesmos passem a ter uma identidade visual que represente o Canto.

Outra sugestão foi que sejam levados em consideração os elementos do lide, para não gerar dúvida quando alguém visualizar o cartaz. Também foi mostrado que a escolha do local onde o cartaz será fixado também é importante, pois é recomendável levar em consideração a quantidade de pessoas que passam pelo local.

Aline analisou o Tumblr (rede social) do Escritório de Arquitetura e também fez sugestões sobre o tipo de conteúdo que pode ser postado nessa rede social e o que fazer para atrair seguidores e gerar visibilidade. O Facebook do Canto também passou por uma análise para diagnosticar o que estava funcionando e o que poderia ser mudado para que a ferramenta ficasse mais atrativa para o seguidor da página.

Por fim, foi percebido que uma das soluções para otimizar as redes sociais do Canto é criar um planejamento de conteúdo e realizar postagens diárias, para que o internauta fique sempre atualizado sobre a programação do Escritório de Arquitetura.

 

3ª OficinaPlataformas e Mídias Digitais

Visto a necessidade iminente dos integrantes do Canto no que diz respeito a criação e manutenção de sites, blogs e redes sociais e o desafio de organização interna foi ministrada uma oficina que englobasse todas as dificuldades.

Nessa oficina, plataformas para a criação de sites e blogs como o Wix e o WordPress foram apresentadas e esmiuçadas passo a passo para que os integrantes do escritório se sentissem aptos a criar e alimentar um possível blog ou site.

Foi mostrado na prática e em tempo real a criação, do zero, de um possível site no qual eles poderiam depositar o portfólio deles. Também foram apresentadas ferramentas para facilitar a organização interna do grupo e para mesurar as possíveis atuações do escritório no meio digital.

Além disso, foi abordada, em detalhes, as redes sociais: Facebook e Instagram. O intuito era fazer com que o Canto entendesse de forma técnica como é o funcionamento dessas duas redes sociais para que, posteriormente, pudessem saber a melhor forma de promover o escritório por meio delas.

No que diz respeito ao Facebook, foi feita uma contextualização histórica e de dados para que os participantes da oficina pudessem compreender a dimensão que tem essa rede social. Foi explanado sobre o funcionamento técnicocomo funciona o algoritmo, por exemplo -, sobre como fazer postagens, a melhor forma de preencher informações de perfil, como analisar fan page, como compreender seu público, como atrair pessoas, como gerar conversão, etc.

Quanto ao Instagram, foram levantados aspectos essenciais para um perfil de sucesso. Falou-se sobre a qualidade das imagens, sobre as legendas das fotos, sobre o uso estratégico das hashtags, sobre interação, etc.

Ao final da oficina, foi aberto um espaço para comentários e dúvidas, o que foi produtivo para a troca de ideias e de experiências.

Balanço Geral

Os integrantes do projeto de extensão, Canto, desde o primeiro contato, onde foi proposto o acontecimento de oficinas, demonstrou real interesse pelo aprendizado em comunicação. Eles externaram, durante a reunião de diagnóstico, suas principais demandas e falhas em comunicação, avaliaram essas questões como relevantes.

A participação por parte dos integrantes do escritório modelo de arquitetura Canto foi exemplar. Todos os envolvidos tinham vontade em aprender e respeito por quem estava ministrando a oficina.

Ao final das três oficinas, a equipe foi agradecida. Os estudantes participantes do Canto afirmaram que o conteúdo das oficinas foi rico e os fizeram compreender mais sobre comunicação. Assim, ficou combinado acordado o maior comprometimento dos alunos de Arquitetura e Urbanismo a cumprirem as demandas de comunicação, já que representa um problema urgente a ser solucionado.

Estudantes de jornalismo da UFC realizam oficina em rádio comunitária de Caucaia

Junho de 2016

Introdução

Através da disciplina de Jornalismo no 3º Setor, coordenada pela professora Márcia Vidal, alunos do 6º semestre de Jornalismo na Universidade Federal do Ceará (UFC) tiveram a oportunidade de ministrar oficinas para os funcionários da Rádio Centro FM, que integram a Rádio comunitária que funciona no Centro de Caucaia.

A Rádio Centro FM fica localizada no Mercado Público do Município de Caucaia, ela funciona há 20 anos no mesmo local e resiste às mudanças de poder público. Atualmente, a Rádio funciona com um número reduzido de funcionários devido a falta de investimentos e apoio da Prefeitura Municipal. A rádio, de caráter comunitária, busca ajudar na comunicação das pessoas que frequentam não só o Mercado Público de Caucaia, mas todo o centro da cidade. A comunicação não é estabelecida por ondas radiofônicas AM e FM, mas por transmissão através de caixas de sons espalhadas em pontos de ônibus, hospitais, postos e estabelecimentos e através da internet.

A escolha por realizar um trabalho de capacitação junto à Rádio Comunitária Centro FM aconteceu após uma pesquisa realizada entre os integrantes da equipe junto as regiões metropolitanas de Fortaleza. A forma inusitada de fazer comunicação despertou o interesse da equipe para contribuir com a melhoria de seus serviços prestados à comunidade. A equipe – formada por Ana Rute Ramires, Julia Ionele, Kamylla Veras, Thamiris Treigher e Túlio Carvalho – percebeu que os membros da Rádio Comunitária Centro FM possuíam algumas demandas sobre orientação crítica da mídia e conhecimento básicos sobre ferramentas jornalísticas voltadas para o Rádio.

Tivemos o intuito de escolher uma rádio comunitária que prestasse serviços a comunidade sem fins lucrativos. Muitas histórias que se desenvolveram no Município de Caucaia estão paralelamente ligadas a Rádio Centro FM que usa seus serviços de som buscando melhoria no processo de informação das pessoas.

Apresentação do Objeto:

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A Rádio Comunitária Centro FM funciona dentro do Mercado Público de Caucaia há 20 anos. Durante esse período, a Rádio tem resistido a falta de investimentos por parte das autoridades públicas. Funcionamento seis dias por semana, religiosamente, de 7h às 18h sem intervalo para o almoço.

A Rádio foi fundada no mês de março do ano de 1996. No inicio eram somente 16 caixas de som que irradiavam músicas gravadas em fitas K7 diretamente do estúdio nos altos do Mercado Juaci Pontes. O primeiro colaborador técnico foi o Sr. Ronaldo Cartuxo, passando por alguns outros que não permaneceram no projeto durante longas datas. Atualmente, possui um estúdio mais moderno que o anterior e é comandado pelo Radialista Francisco Duarte, o conhecido Chico Duarte, que dedica seus dias à programação da Rádio.

A Rádio Comunitária conta ainda com mais dois funcionários, Érica Silveira e Tavares Cavalcante, que ajudam a colocar a programação no ar, caso aconteça algum imprevisto. Nenhum dos funcionários possui formação em jornalismo, apenas Chico Duarte possui a carteira do sindicato dos radialistas. Os três funcionários ainda exercem múltiplas funções para que a Rádio possa funcionar regulamente.

A programação segue a mesma linha diariamente:

· 07:00:00 às 08:00:00 – Momento Gospel – com Centro Fm
· 08:00:00 às 12:00:00 – Bom dia Caucaia – com Centro Fm
· 12:00:00 às 16:00:00 – Show da Tarde – com Centro Fm
· 16:00:00 às 18:00:00 – Forrozão da Centro – com Chico Duarte
Intercalado a essa programação, a Rádio transmite notícias sobre esportes, saúde, dicas de entretenimento, achados e perdidos, pedidos de ajuda para a comunidade, denúncias de assuntos públicos, além de tratar de assuntos de serviços gerais como anúncios de vagas de empregos e a política local informando as pessoas sobre as audiências públicas do Município e calendários de vacinação.

O estúdio, que conta com apenas uma sala, uma mesa e um computador, tem pouco mais de cinco metros quadrados e funciona no segundo andar do Mercado Público. Os equipamentos são deficientes, as caixas de som espalhadas pela cidade são em torno de 47 e o serviço de manutenção dessas caixas é feito por pessoas que se solidarizam e se identificam com o trabalho da Rádio.

A comunidade participa da programação utilizando a Rádio como meio de comunicação para os diversos assuntos: pedidos de vagas em escola, procurando pessoas, se oferecendo para trabalhos, divulgando ações sociais que acontecem nos distritos de Caucaia. Além de poderem entrar em contato através de um número de atendimento em que elas podem pedir músicas, recados e até para regular o som de determinadas caixas.

Apesar de pequena, a Rádio possui rede social e vários seguidores que podem opinar em tempo real e conversar com os locutores, servindo como termômetro para a programação. As redes sociais são controladas pelo representante Chico Duarte que tenta, sempre que possível, atender aos pedidos e solicitações da população.

Uma das grandes dificuldades que a Rádio encontra é atender os seus mais de 350 mil habitantes. Uma das ambições é relativa ao número de caixas de som distribuídas ao longo do centro, os organizadores da Rádio querem aumentar essa demanda para que mais pessoas sejam atingidas.

Sondagem Inicial:

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Antes do início das oficinas, a equipe realizou um encontro com alguns integrantes da Rádio Centro de Caucaia. O objetivo foi diagnosticar melhor as necessidades do grupo. Após as discussões, os temas das oficinas foram decididos: locução, produção, redação e linguagem radiojornalística.
As oficinas foram realizadas no período da tarde de 13h às 18h, no dia 1 de junho de 2016, no próprio Mercado Público a pedidos dos colaboradores.

Primeiro Contato:

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O primeiro contato foi feito pela aluna Julia Ionele que fez a visita nos domínios da Rádio no dia 27 de maio. Ela foi recebida pelo organizador Francisco Duarte, que agradeceu a oportunidade de participar com a sua equipe das oficinas.

Nesse momento, a história e organização da Rádio foram apresentadas, além dos equipamentos que controlam e regulam as caixas de som no centro da cidade. Durante o primeiro contato, várias pessoas chegaram à rádio para oferecerem seus serviços. A aluna pôde ver o funcionamento de perto, atendendo as demandas de pedidos de músicas e alôs.
Durante a pré-entrevista, o presidente da Câmara dos Vereadores de Caucaia, Silvio Nascimento, apareceu e pediu a divulgação de uma plenária na Câmara. Chico Duarte disse que o serviço é solicitado com frequência por não haver no município outras rádios comunitárias, a mais próxima ficaria no distrito de Capuan a 20 km do Centro de Caucaia.

Depois de algumas horas dentro do estúdio fazendo anotações e tirando dúvidas com os funcionários, a aluna foi convidada para dar uma volta pelo centro da cidade e ver de perto o sistema de cabeamento de som. Ao longo das ruas, as músicas e informações eram ouvidas, conversando com algumas pessoas que visitam o centro com frequência, elas disseram que o som advindo das caixas são agradáveis e típicos da vida urbana de Caucaia, falando ainda, que em um dia atípico quando as caixas estão com defeitos, a cidade fica triste.
Aspectos Abordados na Oficina:

De acordo com as demandas dos profissionais da rádio comunitária observados na visita inicial, a equipe preparou um conteúdo resumindo alguns conceitos básicos e informações acerca da atuação jornalística para ser utilizado na oficina.

O material exposto no próximo item contém algumas discussões teóricas sobre os critérios de noticiabilidade para iniciar a discussão. Em seguida, o material explicita aspectos importantes da reportagem no rádio, explorando o cuidado com o som, a linguagem e o papel do jornalista.

Também foi problematizada a questão da locução radiofônica, com aspectos a serem observados para melhor desempenho da locução e dicas para cuidados prévios com a voz. Por fim, o material utilizado na oficina, contém dicas para uma boa redação e edição de texto na rádio.

Após a discussão para embasar os participantes, foram sugeridas oficinas de adaptação de texto impresso para meio radiofônico e locução jornalistica.

Material Utilizado

I. Critérios de Noticiabilidade
O que é notícia?
“Notícia é o imediado, o importante, uma coisa que tem impacto na vida das pessoas”. (Freda Morris, BBC)
“Informação, exposição sucinta de um assunto”. (Dicionário Aurélio)

Os manuais de redação britânicos citam ainda “aquilo que interessa as pessoas” ou “aquilo que provoca a reação do ouvinte ou telespectador”. Andrew Boyd, citado por Marcelo Parada, reuniu os elementos das “grandes notícias” e analisou os aspectos em comum. Dentre as características, destacou (PARADA, 2000, p. 24):
1. Proximidade: a notícia precisa ser algo que tenha interesse na vida do ouvinte.
2. Relevância: o assunto deve ser do interesse do maior número de pessoas possível.
3. Imediatismo: a força do rádio está em relatar o que está acontecendo “aqui e agora”.
4. Interesse: somar o que a audiência precisa saber com o que quer saber.
5. Drama: perigo, aventura, conflitos, perseguições, crimes rendem grandes notícias. Temas que podem gerar notícias apelativas. É importante contar os fatos sem perder a credibilidade e integridade.
6. Entretenimento: o ouvinte também liga a rádio para se distrair e divertir.
● Por que as pessoas ligam a rádio?
O ouvinte sempre está a procura de um dos itens abaixo:
Hora certa
Emergências: blecaute, alagamentos, trânsito, incêndios. É o que acontece “aqui e agora”.
Denúncias: o jornalismo investigativo desperta a atenção dos ouvintes.
Atos do governo: o que as autoridades fazem tem impacto na vida da população.
Conflitos e debates: discussões acerca de temas polêmicos
Saúde : novos tratamento, medicamento, como viver bem.
Esportes: informações acerca de competições mobiliza a atenção

II. A reportagem na rádio
● Som, a matéria-prima
A utilização do som é uma maneira de transportar o ouvinte para o local do acontecimento. A matéria deve reproduzir o ambiente, para que não se reduza à mera leitura de um texto com o trecho da entrevista.
O som, às vezes, tem uma alta carga emocional e informativa. O impacto dele no ouvinte pode ser maior do que um longo relato, por mais bem escrito que seja.
Não se trata apenas da voz do repórter, mas da música, do ambiente, dos gritos, das sirenes, do choro, enfim, de tudo que cerca uma situação.
● O jornalista de rádio
O trabalho do jornalista não deve reproduzir um registro sonoro na forma da voz de uma pessoa. Deve sempre procurar informações adicionais, que ajudem a compor o cenário do acontecimento.
● Linguagem
A linguagem radiofônica deve ser simples e clara, não simplória. Seja conciso sem ser superficial. Vá direto ao ponto.
III. Locução Radiofônica
● Aspectos que devem ser harmonizados na dinâmica da locução em dupla:
– Volume da voz: cuidar para que os microfones tenham a mesma qualidade
– O tom alto que os apresentadores devem manter ao longo de todo o programa.
– O ritmo da colução. Um acelerado e outro em câmera lenta não funciona.
– A quantidade de intervenções. É preciso ficar atento para que o diálogo seja equilibrado.

● Cuidados com a voz.

Dicas:

– Invista na maçã! A fruta tem ação adstringente, ou seja, “limpa” a garganta, trazendo alívio e bem-estar.
– Evite pigarros: “Ao efetuar muitos pigarros com o objetivo de melhorar a secreção presente nas pregas vocais, o efeito é exatamente contrário”, adverte a fonoaudióloga Sonia Salama. Por isso, para compensar a necessidade de tossir ou pigarrear forte, tente beber água ou deglutir algumas vezes.
– Não grite, não sussurre. Fale normalmente. Usar a voz em tom mais alto ou mais baixo que o habitual necessita um esforço maior, que pode provocar a formação de nódulos. O calo acontece quando a pessoa força demais a musculatura e produz um choque entre as cordas vocais, devido a essa tensão exagerada. Como consequência, a voz fica com um agudo muito irritante e as pessoas perdem até mesmo o fôlego para falar.
– Preste atenção na sua respiração. Respirar pelo nariz é sempre mais saudável. Problemas respiratórios – a maioria de fundo alérgico – nos levam a respirar pela boca. Com isso, a garganta fica mais ressecada e fazemos um esforço maior para falar e respirar.

IV. Produção Jornalística – Redação e edição da notícia
Dicas para escrever um bom texto:
1. Escrever do jeito que fala: observar o ritmo e a fluência;

2. Coloque-se no lugar do ouvinte: atentar para palavras mal empregadas e construções mal feitas, que são prejudiciais à compreensão;

3. Escreva com simplicidade: seja claro e preciso;

4. Não use o gerúndio: como “vai estar fazendo”;
5. Escreva sempre na ordem direta: sujeito, verbo, predicado;
6. Evite estrangeirismos: não utilize palavras estrangeiras se existirem equivalentes no português;
7. Não inicie transmissão com citações: o ouvinte não consegue ver aspas, não saberá que é uma citação;
8. Não inicie a frase com pronomes pessoais: “Ele foi a supermercado”. Ele quem?;
9. Evite usar números quebrados: “Oito acertadores vão dividir os 47 milhões, 234 mil, 687 reais e 24 centavos da Sena”. Arredonde quando não houver prejuízo para o entendimento correto da notícia;
10. Pronuncie corretamente o nome de pessoas e empresas: escreva a pronúncia;
11. Releia tudo;
12. Não cometa erros de informação: a informação deve estar sempre correta;
ATIVIDADE PRÁTICA
Oficina 1: Adaptar notícias para a linguagem do rádio, a partir de recortes retirados do jornal impresso. Depois disso, juntar as notícias e montar um roteiro de boletim informativo.
Oficina 2: Treinar a locução do material produzido na oficina 1.

Atividade Prática

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O segundo contato do grupo com os radialistas foi feito pelos estudantes Kamylla Veras, Thamiris Treigher e Túlio de Carvalho. A simpatia predominou o encontro: desde a apresentação dos membros e colaboradores da rádio ao trio, até a amostragem de aparelhos e de como funciona a rádio.

Quando todos sentaram para dialogar e trocar experiências, percebeu-se, imediatamente, a vontade dos integrantes da rádio de aprender e absorver conhecimentos técnicos, já que estes não faziam parte de suas principais características.

O grupo de radialistas de Caucaia possuía sim, uma grande capacidade prática de transmitir informações para o público, como se aquilo fosse intrínseco a eles, uma espécie de talento natural. Talento natural, este, um tema bastante abordado na oficina realizada pelos alunos.

No entanto, o trio de alunos começou o estudo ouvindo mais as histórias que tentando falar, para assim entender melhor com quem se estava lidando e não dar algum passo em falso ou transparecer arrogância em querer lhes ensinar algo que eles já possuem conhecimento. Tentava-se entender como eram feitos os programas, quais técnicas utilizavam, se era ao vivo ou se era gravado, se era apresentado em dupla ou por apresentador único; tudo a fim de filtrar melhor as perguntas que se fariam posteriormente a eles.

Depois que os comunicadores esmiuçaram a própria história e abriram as portas do estúdio para os estudantes, chegara a hora das perguntas e de passar algumas informações aos pacatos mas brilhantes radialistas, responsáveis por grande parte do conhecimento e entretenimento popular.

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A primeira pergunta que fizeram os universitários a eles foi sobre a maneira de como se gravavam os programas, ao vivo ou gravado. A resposta foi exatamente o que se esperava: contaram que se fazia tudo ao vivo, mais pela falta de tempo e, principalmente, pela falta de estrutura. Os alunos explicaram a importância do ao vivo, e de como no rádio o ao vivo sempre será superior ao gravado, pois, visto que o rádio se baseia na interação com o público, dá uma dinamicidade diferente, um ritmo que só o ao vivo é capaz de proporcionar, visto que é impossível ensaiar a “realidade”. Quando algo é gravado, sempre poderá se apoiar na possibilidade de errar e depois recomeçar a gravar, isso acaba quebrando o ritmo da transmissão e perdendo a espontaneidade que é tão importante para o conteúdo radiofônico. Eles concordaram e, felizmente, enxergaram que muitas vezes o trabalho mais simples e mais econômico é a forma correta e que o público mais gosta de ouvir.

No que concerne a público, já que o assunto foi citado, foi perguntado o que significava informação na concepção deles. Responderam de maneiras semelhantes, Érica Silveira disse que era tudo que ocorria ao seu redor. Já Tavares Cavalcante afirmou que era tudo de importante que acontecia. Francisco Duarte disse, categoricamente: “notícia é tudo aquilo que me interessa e que interessa ao público”, e talvez essa seja a definição mais próxima à dos teóricos do assunto, expostas a seguir:
“Notícia é o imediato, o importante, uma coisa que tem impacto na vida das pessoas”. (Freda Morris, BBC)
“Informação, exposição sucinta de um assunto”. (Dicionário Aurélio)

Os manuais de redação britânicos citam ainda “aquilo que interessa as pessoas” ou “aquilo que provoca a reação do ouvinte ou telespectador”. Os acadêmicos expuseram alguns critérios de noticiabilidade de Andrew Boyd: proximidade, ou seja, a notícia precisa ser algo que tenha interesse na vida do ouvinte, e relevância, o assunto deve ser de interesse do maior número de pessoas possível. Outros fatores são imediatismo, pois a força do rádio está em relatar o que está acontecendo “aqui e agora”; o interesse, que soma o que a audiência precisa saber com o que quer saber; drama e, claro, o entretenimento, já que o ouvinte também liga a rádio para se distrair e divertir.

Outra questão abordada pelos estudantes foi se os radialistas preferiam que os programas fossem apresentados em dupla ou por apresentador único. A resposta foi unânime e surpreendente, de certa forma, já que todos disseram que seria preferível um apresentador apenas. Talvez isso se dê ao fato de que todos as atrações da rádio sejam dessa maneira.

Os estudantes explicaram que se o programa fosse apresentado em dupla, melhoraria muito a dinâmica e também a identificação com o público com os dois apresentadores. Outro fator importante ainda no tema, segundos os alunos, é ter um apresentador e uma apresentadora, antes de ter dois do mesmo sexo, pois assim o público tem a sensação de complemento, também evita-se um fenômeno muito comum: o público gostar mais de um que de outro, já que não mais parecerá um complemento, e sim uma competição.

Participação dos Membros

Julia Ionele realizou o primeiro contato com o responsável pela Rádio. Fez a sondagem inicial e estudo da estrutura física da Rádio em uma visita prévia. Também observou a capacitação dos funcionários para entender as demandas técnicas e teóricas dos profissionais.
A partir do material desenvolvido por Julia no encontro com os funcionários da Rádio, as demandas foram analisadas e Ana Rute elaborou um material para ser utilizado na oficina, que continha resumo teórico e orientações acerca de oficinas que pudessem suprir as necessidades dos funcionários da Rádio,
A oficina foi ministrada por Thamiris e Túlio. Na oportunidade, fizeram uma roda de conversa com os participantes abordando os temas do material. Também foram facilitadores da oficina sugerida no material.
Kamylla auxiliou a oficina, preparando os materiais necessários para as atividades e capturando imagens das visitas à Rádio.

Conclusão

O objetivo do presente trabalho foi repassar os conhecimentos adquiridos ao longo do curso para a comunidade escolhida. A elaboração e execução do trabalho foi feita toda em equipe, a escolha pela Rádio Centro FM durou cerca de um mês e os critérios que foram levados em conta para a escolha foram: acessibilidade, necessidade, importância para a comunidade. Depois da dúvida entre duas rádios do mesmo município a Rádio Centro FM foi escolhida.
Durante o período de execução do trabalho, todos os membros participaram das discussões de como seriam realizadas as oficinas, procurando uma melhor forma para pôr em prática a nossa escolha teórica de textos e a linha de pensamentos que deveríamos seguir. A consulta se deu para identificar as demandas que eles precisavam.
A realização do trabalho foi prazerosa e construtiva para ambos os lados, nós, ficamos felizes em poder conhecer toda uma estrutura que já não é comum, as caixas de sons, o envolvimento das pessoas com o funcionamento da rádio.
A realização do trabalho foi de suma importância para conhecer a importância que uma rádio comunitária tem na vida de uma sociedade, para entender as dificuldades na sua resistência. A disciplina nos proporcionou enxergar outras estruturas e formas de ainda na graduação ajudar indiretamente várias pessoas.

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Bibliografia

LOPEZ, José Ignácio. Manuel urgente para radialistas apaixonados. São Paulo: Editora Paulinas. 2007.

PARADA, Marcelo. Rádio: 24 horas de jornalismo. São Paulo: Editora Panda, 2000.

 

Link para o vídeo 

Estudantes da UFC capacitam comunicação em instituto-escola religioso

No trabalho de campo da disciplina de Jornalismo no 3º Setor, acompanhamos o Intituto Filippo Smaldone durante o período de quatro semanas em um trabalho de assessoria técnica comunitária. Foi ministrada uma oficina por semana, sempre às tardes de segunda-feira, levando em conta as demandas em comunicação da instituição.

A instituição
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O Instituto Filippo Smaldone é uma instituição filantrópica que atua em Fortaleza e municípios vizinhos com o objetivo de fornecer atendimento educacional e de reabilitação à crianças e adolescentes com deficiência auditiva. Fundado em 1988, é dirigido pela Congregação das Irmãs Salesianas dos Sagrados Corações e atualmente atende também a população do bairro em que se localiza, Joaquim Távora, através de turmas de creche mistas, compostas por crianças surdas e não-surdas.

A comunicação da instituição é composta por um blog, um site ainda em construção, página e perfil no Facebook, canal no Youtube, uma conta no Flicker e no Instagram, além dos comunicados internos da escola para alunos e familiares. Porém, não há um profissional ou equipe destinada especificamente a esse trabalho. As pessoas que colaboram com a comunicação na escola e no instituto é a auxiliar administrativa, Cindy Barbosa, o intérprete de libras, Felipe Maranhão, a orientadora social, Rafaella Alencar e a auxiliar administrativa e coordenadora da equipe de comunicação do instituto no país, Irmã Indyara Moreira.

As oficinas

Antes de começarmos as oficinas, visitamos o Instituto para que pudéssemos conhecer a estrutura e assim compreender melhor suas necessidades. A partir deste primeiro encontro, notamos que, apesar de já realizarem alguns trabalhos em comunicação, não havia conhecimentos técnicos e os realizavam de forma intuitiva, principalmente no que diz respeito ao contato com a mídia.

Foram realizadas quatro oficinas em um período de quatro semanas, levando em consideração a análise que fizemos das necessidades e também os pedidos dos participantes ao longo das aulas. A primeira oficina se dividiu em dois blocos: o primeiro mais teórico, com noções gerais de comunicação, seguido de análise crítica da mídia a partir de questões éticas. Já no segundo falamos sobre o trabalho de assessoria de imprensa e ensinamos os participantes a fazer um release.

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Nesse momento pudemos responder dúvidas dos participantes tomando como base situações já vividas no trabalho de comunicação da instituição. Decidimos seguir com a temática na segunda oficina, retomando o conteúdo do encontro anterior através de exemplos de releases, porém desta vez com enfoque em questões de redação. Atendendo a pedido dos participantes, levamos exercícios de português a fim de esclarecer os erros gramaticais mais comuns na escrita.
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Outra grande demanda da comunicação da instituição é a produção audiovisual. Portanto, destinamos a terceira oficina à edição de vídeos. Atualmente os vídeos são produzidos no Sony Vegas por Felipe Maranhão que trabalha como intérprete de libras e também encarregado da parte comunicacional, o único da instituição que possuía conhecimentos quanto à edição de vídeo. Fizemos, então, uma oficina básica de edição para que outras pessoas dentro da instituição também pudessem exercer essa função.

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Por fim, a última oficina trouxe uma discussão sobre mídias sociais. O Filippo Smaldone possui perfis em várias redes sociais, alimentados com frequência, e estes funcionam como um dos principais canais de comunicação do instituto com a comunidade. Ensinamos, portanto, estratégias de administração de redes sociais a fim de conseguir uma maior repercussão. Na discussão entraram também noções básicas de fotografia e de produção de peças para a divulgação de eventos e outras atividades da instituição.

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Avaliação

Os quatro encontros que tivemos no Instituto Filippo Smaldone tiveram um resultado satisfatório. Durante as oficinas procuramos estar sempre questionando quanto à realidade da instituição, podendo assim aplicar os conteúdos dados, o que nos permitiu também descobrir novas demandas a serem atendidas nas outras oficinas. Antes das oficinas os participantes já tinham a consciência da importância da comunicação e interesse em aprofundar os conhecimentos técnicos, porém faltava a oportunidade.

Desde o primeiro contato todos mostraram interesse e disposição em participar das oficinas, o que foi essencial para o resultado positivo. Certamente ainda há o que ser melhorado na comunicação do instituto, porém acreditamos que após este trabalho os participantes estão mais capacitados e aptos a realizarem uma comunicação eficiente com o público e a imprensa.

 

Fotos: Larissa Pereira

Alunos da disciplina Jornalismo 3° Setor: Ana Beatriz Leite, Daniel Duarte, Diego Barbosa, Larissa Pereira e Michel Miron.

Estudantes de jornalismo da UFC realizam oficinas para estudantes da Web Rádio Ajir

O Jornalismo no Terceiro Setor é um ramo da Comunicação que tem como foco o trabalho voltado para ONGs, fundações, entidades beneficentes sem fins lucrativos. Com a oportunidade de estudar o assunto através da disciplina de mesmo nome, ministrada pela Professora Márcia Vidal, na Universidade Federal do Ceará, alunos do 6º semestre realizaram oficinas em busca de colaborar com organizações que apresentassem algum tipo de deficiência comunicacional.

A Web Rádio AJIR (Associação dos Jovens de Irajá), que funciona na Universidade Estadual do Ceará (UECE) – Campus Itaperi e tem o apoio da Instituição através de cadastro no CEP-UECE como projeto de Ensino, Pesquisa e Extensão, foi a escolhida para realização do trabalho. Ela é formada por estudantes universitários, todos da UECE, e coordenada pelo Professor Augusto Martins Torres. “A Rádio AJIR, a sua RÁDIO JOVEM NA INTERNET. É um canal online da Associação dos Jovens de Irajá – AJIR(www.juventude.ajir.com.br), vinculado ao Laboratório de Práticas Coletivas em Saúde – LAPRACS/CCS da Universidade Estadual do Ceará – UECE/Pró-Reitoria de Extensão – PROEX (www.uece.br), no intuito de veicular programas e projetos na área de comunicação, educação, saúde, cultura, esporte, lazer, arte, literatura, entre outros.”

O projeto foi indicado pela Professora Catarina Farias, que falou sobre o trabalho realizado na AJIR em uma das aulas da disciplina. A Web Rádio realiza um programa ao vivo semanalmente, às quartas-feiras, que é veiculado para todos os CUCAs e algumas escolas públicas. Além deste espaço, o trabalho realizado na rádio se estende pelo conteúdo do site (www.ajir.com.br) e redes sociais como Facebook e Twitter.

Demandas

Antes do início do ciclo de oficinas, a equipe analisou a apresentação da WebRádio no ambiente digital, conhecendo o site, ouvindo programas e analisando o funcionamento das redes sociais. Após a análise, foi necessário realizar um contato prévio, em que fosse realizado uma sondagem com os integrantes da Web Rádio Ajir, a fim de conhecer e entender as demandas comunicacionais do grupo. Desse modo, pudemos entender melhor como funciona o projeto e que atividades os alunos desempenham.

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O encontro, mediado pelo professor e coordenador da Web Rádio, Augusto Martins, aconteceu na UECE, Campus Itaperi, local onde os alunos se reúnem semanalmente para o planejamento das atividades do projeto. Durante a conversa, descobrimos quatro demandas comunicacionais do grupo: locução, edição de áudio, entrevista e gerenciamento de redes sociais. Ficou decidido, então, que os auxiliaríamos nesses aspectos, durante dois encontros posteriores, marcados para os dias 22 e 29 de janeiro, das 15h às 18h, também na UECE.

1º dia de oficina

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(Foto: Lucianny Mota)

A primeira oficina com os integrantes da Web Rádio Ajir foi realizada na sexta-feira, 22 de janeiro de 2016, com início às 15 horas. O foco do primeiro encontro teórico-prático ficou reservado para a troca de experiências em locução e edição de áudio.

Erick Bruno, Lucas Ribeiro, Lucianny Mota e Rodrigo Sávio foram os responsáveis por ministrar a oficina no dia 22. Com início às 15h, o bate-papo com a equipe da Web Rádio Ajir começou bem introdutório. Precisávamos sentir como era o envolvimento deles com a rádio e como eles enxergavam o projeto nos mais diversos âmbitos.

Após a conversa inicial e especificar ainda mais a demanda dos alunos, nós começamos — entre conversas, exercícios e anotações na lousa da sala — a dar dicas de locução. Foram trabalhados, em conjunto, vários fatores que convergem para uma boa locução e condução de um programa radiofônico, como texto formatado para o rádio — desde a eliminação de gerúndios, construção objetiva e pausas especiais.

Também foram repassadas dicas para uma melhor empostação vocal. Questões como postura corporal, hábitos alimentares, exercícios vocais e corporais, além de análise construtiva de ritmo, volume e todos os fatores inerentes a voz durante a locução de um programa (em especial aos que são construídos na Web Rádio Ajir, veiculados ao vivo), foram trabalhadas ao longo da oficina. Orientações relacionadas a sonoplastia do programa também foram repassadas para os estudantes.

A experiência com rádio dos alunos que ministraram, em especial com o trabalho desenvolvido na Rádio Universitária, foi essencial para a boa condução da reunião. A conversa fluiu bem e a troca de experiências ficou bastante evidente. O acúmulo de conhecimento aconteceu em ambos os grupos de trabalho. Tudo foi registrado em foto e vídeo pelos cliques de Lucianny e do empolgado professor Augusto Torres.

O assunto Locução empolgou a conversa e consumiu o tempo de boa parte do nosso bate-papo. Os alunos responsáveis pela edição de áudio dos programas afirmaram que não tinham grandes problemas com a tarefa, mas as poucas dúvidas existentes foram respondidas no final da oficina.

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Ao final do encontro, quando os ponteiros do relógio se aproximavam das 18h, nós fizemos uma avaliação positiva da oficina. Ficou visível a empolgação dos alunos, assim como do professor, para o segundo dia de reunião.

2º dia de oficina

Para o segundo dia de oficina, as alunas Brenda Albuquerque, Larissa Feitosa e Lucianny Mota prepararam conteúdo sobre roteiro, entrevista e gerenciamento de mídias sociais.

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(Foto: Lucianny Mota)

Tendo em vista a importância da elaboração de um roteiro para qualquer programa de rádio, seja ele ao vivo ou não, falamos sobre a aplicação dessa ferramenta, características de linguagem de um roteiro de rádio e técnicas para montar o roteiro. Além disso, foi incentivado que o aluno responsável pela condução do programa da semana pudesse colaborar com a produção do roteiro da sua edição, o que foi muito bem aceito pela equipe.

Já na parte sobre entrevista, oficina sugerida pelos próprios integrantes da rádio – tendo em vista a dificuldade em lidar com certas situações, como insegurança, vergonha etc – falamos sobre os tipos de entrevistas e a importância do processo de produção para obter uma maior segurança na hora da entrevista. Além disso, demos dicas de postura diante de um entrevistado e, também, de como realizar entrevistas fora de um estúdio, em locais onde não há uma boa acústica.

Em relação ao gerenciamento de redes sociais, o aspecto da funcionalidade foi destacado no bate-papo. Foram levantadas questões como: em que redes sociais a WebRádio Ajir está presente? Essas redes são atualizadas constantemente? A grande quantidade de contas nas mais diversas redes são realmente necessárias? Como aproveitar da melhor forma as principais redes sociais para impactar o público de forma eficaz?

Os alunos voluntários, assim como o professor que orienta o projeto, puderam, com a discussão, reavaliar a presença da WebRádio nas redes sociais. Surgiram na oficina ideias de movimentação das redes que reforçam a participação do público no processo de produção do programa, o que colabora com a fidelização do público e, até mesmo, com a ampliação da visibilidade do programa, que possui como objetivo no ano de 2016 a conquista de apoio financeiro para dar melhor amparo ao projeto da WebRádio e os demais ligados à associação.

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(Foto: Lucianny Mota)

Avaliação

Apesar de não terem aplicado diretamente as dicas das oficinas durante o programa semanal – por conta do recesso das atividades – os integrantes avaliaram as oficinas de forma positiva. Foi reforçada, ao final da última oficina, a satisfação dos membros da equipe de se ter um olhar mais “profissional” sobre trabalho dos voluntários.

As sugestões em todos os momentos foram acatadas de forma positiva pela equipe e pelo professor, que se mostraram dispostos a fazer uma posterior autoavaliação e tentar colocar em prática as sugestões recebidas. O professor Augusto, inclusive, convidou os alunos que ministraram as oficinas para firmarem uma parceria com a WebRádio com o objetivo de dar um suporte técnico às atividades que são desempenhadas

 

Brenda Albuquerque, Crisneive Silveira, Erick Bruno, Larissa Feitosa, Lucas Ribeiro, Lucianny Mota e Rodrigo Sávio.

Jornalismo no 3º Setor – 2015.2

Estudantes de jornalismo da UFC ministram oficinas para integrantes da Rádio Lutemos

Através da disciplina de Jornalismo no 3º Setor, coordenada pela professora Márcia Vidal, alunos do 6º semestre de Jornalismo na Universidade Federal do Ceará (UFC) tiveram a oportunidade de ministrar oficinas para estudantes da Faculdade de Educação de Itapipoca (Facedi) da Universidade Estadual do Ceará (Uece), que integram a webrádio universitária Lutemos.

Descrição da webrádio Lutemos em seu blog (http://radiolutemos.blogspot.com.br/): “[…] uma web rádio livre criada no Laboratório Universitário de Educação Popular, Trabalho, Educação e Movimentos Sociais – Lutemos, da Faculdade de Educação de Itapipoca/FACEDI-UECE e tem como finalidade a difusão de músicas de diversos gêneros nacionais e internacionais, expressando a estética, as ideias e experiências dos movimentos sociais, contribuindo com a organização político-cultural dos povos da região de Itapipoca. Ao lado da Banda de Lata “O Som da Luta”, do Cine Itinerante e de outros projetos do Lutemos, a radiolutemos contribui, na sua especificidade, com a formação estética da juventude, dos estudantes da Facedi, dos movimentos sociais e de educação popular locais.”

A escolha por realizar um trabalho de capacitação junto à webrádio Lutemos aconteceu após uma visita da professora Catarina Farias de Oliveira a uma das aulas da disciplina, onde ela apresentou o projeto. A partir do que foi explicitado por ela, a equipe – formada por Carolina Gomes, Clara Marques, Didio Theorga, Flávia Oliveira, Mylena Gadelha, Rosiane Melo e Taís Barros – percebeu que os membros da webrádio Lutemos possuíam algumas demandas sobre orientação crítica da mídia e conhecimento técnico sobre ferramentas jornalísticas.

SONDAGEM

Antes do início das oficinas, a equipe realizou um encontro com alguns integrantes da webrádio na Uece, Campus Itaperi. O objetivo foi diagnosticar melhor as necessidades do grupo. Após as discussões, os temas das oficinas foram decididos: roteiro, entrevista, locução, cobertura de evento e produção jornalística. Por sugestão da professora Márcia, uma oficina de Leitura Crítica da Mídia também foi acrescentada.

As oficinas se dividiram em dois dias, 12 de dezembro e 23 de janeiro, sempre aos sábados, de 9h às 16h, com intervalos apenas para o almoço. Como a sede da Lutemos se localiza em Itapipoca, a equipe decidiu realizar uma oficina na UFC (para que os alunos conhecessem nosso Campus e a estrutura da Rádio Universitária FM) e outra em Itapipoca (para que a equipe conhecesse as instalações da faculdade e da webrádio).

 

1º DIA – OFICINAS NA UFC

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A oficina realizada no Centro de Humanidades da UFC aconteceu em 12 de dezembro, na sala do Áudio A, do prédio da Comunicação Social. Após a chegada dos alunos, foi realizada uma dinâmica quebra-gelo, na qual todos se organizaram em círculos e fizeram uma apresentação descontraída.

O tema da primeira oficina do dia foi Leitura crítica da mídia, onde a equipe pôde apresentar aos membros da Lutemos um pouco da logística e organização que envolve os veículos da imprensa cearense e trazer à tona a importância de uma análise dos conteúdos aqui publicados.

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Além disso, foram distribuídos materiais e produções jornalísticas para que os alunos (divididos em dupla) fizessem um exercício de criticidade à seleção e hierarquização de notícias feita pela mídia tradicional, relacionando com o trabalho realizado na Lutemos. Ao final da oficina, a equipe instigou os alunos a perceberem a importância de uma mídia alternativa, como a webrádio Lutemos, para traçar novos olhares e perspectivas sobre a comunicação.

Já no período da tarde, foi ministrada a segunda oficina sobre Produção jornalística e cobertura de eventos. Em um primeiro momento, a equipe apresentou conceitos teóricos sobre a função e compromisso social do jornalismo, características de um texto jornalístico (como lead, pirâmide invertida, critérios de noticiabilidade) nos diferentes formatos (rádio, impresso, TV e web) e especificamente para uma webrádio. Nessa parte, os integrantes da equipe discutiram com os alunos sobre noções gerais de organização de um roteiro para rádio, a importância de uma relação de personalidade e identificação dos membros da Lutemos com os ouvintes através do texto e da locução, o cuidado com a seleção de notícias para a Lutemos e a elaboração de pautas.

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No segundo momento, a equipe apresentou um panorama sobre cobertura de eventos. Como a Lutemos é parte integrante da Uece, muitos dos eventos acadêmicos estão presentes nas pautas da webrádio. Tendo em vista a demanda e ciente da infraestrutura da Lutemos, a equipe fez apontamentos sobre questões de logística (divisão de atividades, cronograma de eventos), critérios de escolha (relevância, viabilidade e interesse dos ouvintes pelo assunto) e equipamentos (necessários x disponíveis).

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Os alunos ainda realizaram um exercício em grupo, onde adaptaram uma notícia de jornal impresso para o formato radiofônico. Ao final da oficina, eles tiveram a oportunidade de conhecer os espaços da Rádio Universitária FM.

 

2º DIA – OFICINAS EM ITAPIPOCA

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Manhã de chuva no campus da FACEDI

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Para a segunda fase das oficinas, nossa equipe se deslocou até o município de Itapipoca (distante cerca de 135 km de Fortaleza) para encontrar a turma na FACEDI, localizada logo na entrada da cidade.

Já em sala de aula, a primeira oficina que ministramos foi a de roteiro e locução, o que animou ajudou bastante a turma, já que a Rádio Lutemos tem o projeto de ter o seu programa de debates. Segundo os alunos, o programa teria como foco a discussão sobre a produção científica do corpo docente e discente.

Também foram colocados pela turma alguns exemplos de locutores locais de grande audiência e apontados pontos positivos e negativos do trabalho deles em Itapipoca. Alguns problemas da própria rádio foram apresentados, e algumas das soluções dadas por nossa equipe justamente tinham a ver com a elaboração de um roteiro que norteasse  o trabalho dos alunos diante do microfone.

O modelo de roteiro apresentado foi o do programa “Jornal da Educação”, que vai ao ar na Rádio Universitária de segunda a sexta, das 12:30 às 13h, e os alunos puderam tirar dúvidas com a Carol, que é bolsista e apresentadora no programa.

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Atividades práticas

Após a divisão em quatro equipes de três componentes, foi feita uma atividade prática que consistia em adaptar as notícias para a linguagem do rádio, a partir de recortes retirados do jornal impresso. Depois disso, era só juntar as notícias e montar um roteiro de boletim informativo, que seria lido por todos após o almoço.

 

 

 

Entrevista

Na parte da tarde, abordamos outro assunto que foi sugerido por eles, no caso, como fazer uma boa entrevista para o rádio. Falamos dos tipos de entrevistas e como fazer as perguntas, dentre outros assuntos. A partir do que foi aprendido nas aulas e também das experiências práticas da equipe, demos algumas dicas para facilitar o trabalho, como o uso de aplicativos, leitura da postura do entrevistado, estratégias para grandes eventos e erros comuns que devem ser evitados.

Eles citaram o exemplo mais recente (uma entrevista que tiveram que fazer em um ato público) e elencaram uma série de dúvidas sobre como fazer de maneira mais eficiente as entrevistas, prestar atenção no que estava sendo dito no momento e ainda sobre como abordar as pessoas.

Para finalizar o dia de atividades, eles fizeram a leitura do roteiro que foi escrito na parte da manhã – nós também lemos, quando questionados como faríamos a mesma apresentação – e demos algumas sugestões de como poderia ser melhorado, desde a entonação até a postura na hora da leitura.

 

Impressões

A sensação de todos da equipe foi de dever cumprido e também de satisfação por ter ajudado a fazer do trabalho na Rádio Lutemos um pouco melhor. Conhecemos o pequeno estúdio de dois metros quadrados da Lutemos, munido apenas de um computador, um microfone, cadeira e escrivaninha. Apesar de simples, a rádio tem a missão de levar cultura e educação para a região.

Tivemos a chance oriundos de vários distritos de Itapipoca – muitos tiveram inclusive que enfrentar estradas carroçáveis para estarem com a gente naquele dia. Foi uma experiência gratificante e que também nos ensinou.  

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Estudantes de Jornalismo facilitam oficinas para membros do grupo Caju, da Faculdade de Direito da UFC

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Alunos do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará (UFC), como parte das atividades da cadeira de Jornalismo no 3º Setor, ministrada pela professora Márcia Vidal, ofertaram oficinas relacionadas à Comunicação para alunos-membros do projeto de extensão da Faculdade de Direito da UFC, Caju, que trabalha com Assessoria Jurídica Universitária Popular.

A escolha dos membros da disciplina de Jornalismo no 3º Setor – Bárbara Barroso, Daniel Macêdo, Frida Popp, João Gabriel, Nah Jereissati e Rebecca Ramos – pelo Caju foi baseada no conhecimento que eles tinham das ações do grupo, e também na percepção de algumas possíveis demandas que os membros deste poderiam ter.

ANTES DAS OFICINAS, AUTODIAGNÓSTICO

Em reunião prévia com membros do Caju, conhecida no terceiro setor como reunião de  autodiagnóstico, os membros da equipe que facilitou as oficinas puderam diagnosticar os principais pontos nos quais o Caju precisava de apoio no que se refere à questões de Comunicação. Foi a partir desse diagnóstico que deu-se a escolha pelas as oficinas pensadas para melhor atender essas demandas, a saber: Democratização da comunicação; Leitura crítica da mídia; fotografia; e mídias digitais.

INTRODUÇÃO À DEMOCOM

A primeira oficina ocorreu em 14 de dezembro, na sala do Caju, localizada na Faculdade de Direito da UFC. A escolha do tema, Democratização da Comunicação (DEMOCOM), pareceu natural aos alunos da disciplina, posto que é um assunto que envolve as duas áreas, Comunicação e Direito, além de servir como base para o entendimento dos membros do CAJU sobre como funciona a mídia e de como eles, sendo uma organização de Terceiro Setor, podem agir nesse contexto.

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Antes da oficina em si, no entanto, os alunos do Jornalismo e do Caju experimentaram uma brincadeira quebra-gelo, para que o clima fosse o mais informal e natural possível entre eles. Depois, explanando conceitos como monopólio e oligopólio, os alunos da disciplina trouxeram ao Caju vídeos introdutórios sobre o tema, além de procurar estimular debates e reflexões entre seus membros.

OLHAR CRÍTICO PARA A MÍDIA E OLHAR APURADO PARA A IMAGEM

A segunda oficina, de Leitura crítica da mídia, funcionou como uma extensão natural da primeira. Ministrada no dia 21 de dezembro, a intenção nesse segundo dia foi mais ouvir os membros do Caju do que falar. A ideia era, justamente como o nome sugere, fazer com que eles exercitassem a criticidade em relação às produções midiáticas. Embasando as discussões nos conhecimentos da primeira oficina e nas próprias vivências, questões como a representatividade midiática e a mídia no Ceará foram debatidas entre os membros do Caju.

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Após o recesso de final de ano, as atividades voltaram com a oficina sobre vídeo e fotografia, ministrada no dia 11 de janeiro de 2016. A escolha por essa temática se deu através do entendimento de que, em tempos de redes sociais, a força da imagem e do audiovisual passam a ser até maiores que a de textos, especialmente para fanpage no Facebook e conta no Instagram, redes essas que Caju possui.

Na oficina, foram divididos com os membros do Caju noções básicas de enquadramento, formato de fotos, além de um foco especial na fotografia e no vídeo de celular – este é um equipamento onipresente entre os membros do Caju e bem mais acessível para obtenção de imagens do que uma câmera profissional ou semiprofissional; é, enfim, uma das formas mais fáceis e baratas de obter registros visuais.

ÚLTIMO DIA DE OFICINA

Na quarta e última oficina, ministrada no dia 15 de janeiro, foi explanada a importância das mídias sociais na visibilidade de um grupo ou organização. A ideia inicial partiu do debate entre os próprios membros do CAJU a respeito da imagem que os membros desejavam passar para o público e da ligação disso ao funcionamento de suas redes sociais – a assiduidade de postagens, seleção de conteúdos que alimentavam a fanpage e tipo de linguagem utilizada nas publicações -, a fim de que pudessem ser enxergadas as falhas existentes, pontos que deveriam ser melhorados e de que forma as melhorias afetariam a forma com que o CAJU é visto pelos seus seguidores.

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Foi feito, então, um planejamento e cronograma que os membros usarão no Facebook e Instagram. Os dias de postagem, tais como os conteúdos de relevância a serem publicados durante a semana, foram decididos entre os membros na reunião semanal do CAJU.

Estudantes realizam série de oficinas com jovens do Poço da Draga

Durante um pouco mais de um mês, as visitas à comunidade do Poço da Draga tornaram-se parte da rotina da cadeira de 3º setor do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará. O grupo de alunos chegou junto com a realização Feira Massa, evento realizado por uma instituição particular.

A agitação e mobilização dos moradores era visível, as atividades de capoeira, dança, oficinas e produção do evento eram sempre bem movimentadas. A memória coletiva do Poço da Draga vem dos seus 109 anos de criação e das inúmeras histórias dos pescadores e refugiados da seca que fizeram morada junto ao mar.

 

(Foto: Maggie Paiva)

(Foto: Maggie Paiva)

 

Comunidade Poço da Draga

 

Alguém um dia disse que se fizéssemos o mesmo caminho por seguidos dias consecutivos, isso significaria que não somos livres. Tal pessoa falava do automatismo que acompanha nosso cotidiano contemporâneo na cidade. Acontece que, entre o mar e o centro de Fortaleza, existe um lugar que é puro descobrimento e libertação.

Ednardo cantara este lugar em suas “Longarinas”: a ponte velha que entre as espumas do verde mar teima resistindo. E toda a comunidade que se espalhou nas areias da Praia do Peixe (Praia de Iracema) resiste à especulação imobiliária, estigmatização, marginalização, truculência policial e preconceito.

Percebemos no Poço da Draga a preservação de associações, de lutas comunitárias, de “bairrismos”, da tradição oral, e uma auto sustentabilidade surpreendente, desde o carro do pão que passa dando as notícias ao final do dia à fala politizada de Izabel Cristina (49), presidente da ONG Velaumar.

O pavilhão central é uma espécie de ponto de encontro, fica bem no início da Rua dos Tabajaras – a rua onde encontra-se o Mambembe, o Estoril, o Pirata bar. Nessa rua, terminam muitas de nossas noites e começa a história de vários fortalezenses. No lugar onde desagua o Riacho Pajeú, ali perto de onde era a casa de Dom Helder Câmara, cresce uma gente cheia de histórias no rosto e germinam histórias de lutas.

 

(Foto: Maggie Paiva)

(Foto: Maggie Paiva)

 

As embarcações que lotavam o mar no início de 1900, a construção da Ponte dos Ingleses, a mudança do porto para o Mucuripe, as irmãs josefinas, o Mara Hope, a construção do Acquário, os pulos no fim de tarde da ponte para o mar, as contações de histórias, os poucos pescadores que restaram, a falta de saneamento, os carrinhos de reciclagem e as ruas estreitas são páginas da história do Poço da Draga.

Poço porque quando era trespassado pelo riacho e chovia, acabava empoçado; draga por causa do nome dos instrumentos que retiram a areia do mar.

 

Diagnóstico

 

Em nossos primeiros contatos com a ONG Velaumar e a comunidade Poço da Draga, a questão do tipo de plataforma com a qual trabalharíamos surgiu. Inicialmente, a ideia era usar as redes sociais para comunicação externa, e criar um jornal comunitário para comunicação interna.

Por fim, decidiu-se: Redes Sociais (comunicação externa). A comunidade já possuía um site e uma página no Facebook, porém pouco atualizados. A prospota seria trabalhar a página do Facebook e então integrá-la ao site, visando aumentar a visibilidade da ONG. Essa plataforma não foi escolhida para comunicação interna por poucos moradores terem o costume de usar dispositivos com acesso à internet.

Rádio comunitária (comunicação interna): em detrimento do jornal comunitário, escolhemos a Rádio por ser de interesse da comunidade, e por apresentar um potencial interessante. Muitos moradores já tinham o costume de ouvir rádio, e o conteúdo trabalhado poderia também ser integrado ao site e redes sociais, seja no formato de rádio online ou podcast.

 

28 de Novembro de 2015

 

Neste dia, aconteceu o primeiro contato presencial com Izabel Cristina, uma das organizadoras e diretora da ONG Velaumar. O encontro ocorreu na casa dela, também sede da ONG. A Velaumar foi fundada por sua avó, no mesmo local onde Izabel vive hoje, e trata-se de uma organização quase familiar, onde todos os membros da família colaboram com o projeto.

A ONG tem como objetivo apoiar e divulgar o trabalho dos pescadores, assim como dos outros moradores da comunidade, além de organizar eventos culturais e esportivos. A Velaumar expandiu-se para outras localidades e também se articula com outras comunidades da capital.

 

(Foto: Maggie Paiva)

(Foto: Maggie Paiva)

 

(Para ver mais fotos do nosso reconhecimento da comunidade, clique aqui)

 

O contato com Isabel teve que ser rápido, pois estava acontecendo a organização da Feira Massa que teria lugar na comunidade na semana seguinte. Fomos apresentados à Helena, uma das organizadoras da Feira, que, com Izabel, nos ofereceu um dos dias da programação do evento para a realização da nossa primeira oficina para a disciplina de Terceiro Setor.

Apesar do contato ainda superficial, a primeira oficina, com a temática de Fanzines, foi marcada para a quinta-feira da semana seguinte. Infelizmente, a oficina acabou não acontecendo.

Izabel pediu para que retornássemos na segunda-feira (30) para conversar com ela sobre a história da comunidade e a ação da ONG Velaumar. Esse primeiro encontro teve como local o pavilhão da comunidade, que estava movimentado com os preparativos para um encontro dos AA (Alcoólicos Anônimos) e com a organização da Feira Massa.

 

14 de dezembro de 2015

 

Além de Izabel, a organização da ONG fica nas mãos de Marilac Lima, sua irmã, e também de outras articuladoras: Vicenza e Neidinha. Um dos primeiros pontos destacados na conversa foi que, apesar de toda a comunidade normalmente se engajar nas atividades realizadas pela ONG, não são muitos aqueles que trabalham ativamente na organização e execução dos projetos.

Tudo deve ser acompanhado de perto por Isabel e pelas articuladoras; elas acabam ficando sobrecarregadas. Izabel e Marilac são sempre procuradas quando alguém de fora chega à comunidade, seja com o intuito de fazer um estudo, uma reportagem, ou realizar um projeto. Elas coordenam as relações de comunicação da comunidade internamente e com o restante da sociedade.

Nesse segundo encontro, a diretora da ONG nos apresentou a história do Velaumar e como ela funciona. Mencionou também as filiações com outras organizações. O encontro foi bastante informal, na sala de estar da casa de Izabel, com a chegada posterior de Marilac, que contribuiu com a discussão.

Também estava presente a filha de Izabel, que é responsável pela manutenção da página do Facebook da comunidade Poço da Draga. Elas também nos confessaram a alegria de conseguirem concluir o ensino superior e ajudarem a comunidade.

Nesse encontro, pudemos introduzir com mais calma o teor do projeto que queríamos desenvolver junto à comunidade, explicando do que se trata a disciplina de Jornalismo no 3º Setor. Explicamos que a ideia era criar um plano de comunicação, em parceria com a ONG, que atendesse às demandas da comunidade.

Pelo que ouvimos, constatamos primeiramente uma deficiência de comunicação externa, visto que o site da comunidade é pouco atualizado, e todo e qualquer contato recai sobre Izabel e as articuladoras. Constatamos também que a comunicação interna é efetiva, porém não é muito trabalhosa e por vezes burocráticas.

Isabel e Marilac muitas vezes têm que passar pessoalmente na casa de todos os moradores, convidando para eventos, lembrando de compromissos, trazendo avisos. Se isso não fosse feito, a comunidade se dispersaria e muitas vezes deixaria de se engajar, comentou Izabel. Também é comum o uso do sistema de som do carro do pão, pelas duas irmãs, para divulgarem informações dentro da comunidade.

Durante a conversa, as irmãs revelaram que tinham grande interesse em um jornal e em uma rádio comunitária. Concordaram com a nossa proposta de que uma abordagem voltada para as redes sociais, com fins de comunicação externa, também seria de grande proveito para a comunidade.

Necessitando focar um pouco mais, acabamos definindo, junto a ela, que trabalharíamos com os seguintes eixos: rádio comunitária (comunicação interna) e mídias sociais (comunicação externa). A ideia era capacitar os membros da ONG e os outros moradores da comunidade a se engajarem mais nos projetos da ONG.

As duas revelaram que a maioria dos moradores se tornava tímido quando era convidado a falar da ONG ou da comunidade para terceiros; embora dominassem bem o assunto, sentiam-se inseguros para fazê-lo.

Além de capacitar tecnicamente essas pessoas, propusemos uma roda de conversas para tratar desse fator mais psicológico, ou seja, deixá-las aptas a falarem, produzirem conteúdo por si próprias. Nos despedimos das irmãs depois de três horas de conversa, e ficamos de dar retorno sobre as datas e quantidade de oficinas.

 

Na semana seguinte ao segundo encontro

 

Esboçamos um esquema com 3 dias de oficinas, duas por dia (metade de Mídias Sociais e a outra metade de Rádio). Ambas seriam ministradas paralelamente, pois a própria Izabel apontou que teriam públicos-alvo diferentes, destacando principalmente a questão da faixa-etária.

Assim sendo, teríamos oficinas nos dias 21 de dezembro, e 4 e 11 de janeiro. O dia 18 seria um retorno à comunidade para um feedback e a apuração do produto final, que seria trabalhado no decorrer das oficinas.

Izabel e Marilac nos pediram para levantar o orçamento de um equipamento de Rádio para as oficinas, assim como de um conjunto de caixas de som que seriam espalhadas pela comunidade e transmitiriam o programa realizado ao final do projeto.

Cada oficina teria de duas a quatro horas, dependendo da necessidade. Segue um planejamento das duas séries de oficinas:

 

tabela1

tabela2
Entramos em contato com Isabel e, devido às movimentações de fim de ano, só foi possível marcar a primeira oficina para o dia 04 de janeiro de 2016.

A estrutura do projeto se manteve, com a única diferença sendo a data de início e a data de término: a última oficina ocorreria em 18/01/16; na sexta-feira (22/01) haveria um retorno à comunidade para realizar os feedbacks antes propostos para o dia 18.

 

08 de janeiro de 2016

 
A primeira oficina ocorreu nesse dia. Mais uma vez, houve problemas para realizar a oficina no dia 04, como previsto, mas conseguimos reagendar para a mesma semana, na sexta-feira. Izabel, através da divulgação na semana anterior, conseguiu 8 participantes da comunidade.

Por questão do pequeno número de participantes e pelo fato de todos estarem interessados em ter oficinas tanto em Rádio como em Mídias Sociais, fizemos uma única turma que assistiria ao conteúdo dessas duas séries de oficinas.

 

(Foto: Maggie Paiva)

(Foto: Maggie Paiva)

 

A oficina estava marcada para ter início às 14:00, mas com o atraso dos participantes da comunidade, teve início às 14:30. Alguns participantes chegaram ainda após esse horário, mas totalizaram um público de 10 pessoas.

A comunidade do Poço da Draga é bastante movimentada e sempre está sediando algum tipo de projeto. Por conta de uma filmagem que ocorreria no espaço do Pavilhão (onde estava sendo realizada a oficina), tivemos que encerrar às 15:30.

Conversamos um pouco sobre os interesses e a familiaridade dos participantes tanto com as Redes Sociais como com a programação de Rádio. Enquanto explicávamos as particularidades técnicas dessas duas plataformas, foram surgindo ideias e opiniões.

 

(Foto: Maggie Paiva)

(Foto: Maggie Paiva)

 

Logo, se tornou consensual que as duas plataformas deveriam estar integradas. Deveria haver uma retroalimentação de conteúdo, e provavelmente a rádio comunitária do Poço da Draga deveria estar plenamente integrada com o site e as mídias sociais.

A rede social escolhida pelos participantes para se trabalhar foi o Facebook, e apresentamos o básico da criação e manutenção de uma fanpage nessa rede social. Apontamos a possibilidade de diálogo do site do Poço da Draga, mantido pela comunidade, e a fanpage do Facebook.

Sobre a questão da Rádio, todos concordaram com a necessidade de se mesclar informação e entretenimento. Narração de jogos e campeonatos que ocorressem dentro da comunidade, recados e participação dos outros moradores, notícias sobre eventos culturais e notas de serviço sobre o comércio local foram alguns pontos apontados. Um dos participantes improvisou locuções de notas rápidas e foi apontado pelos outros como possível locutor fixo da rádio.

O clima da oficina começou meio frio, mas foi ficando mais descontraído à medida que os participantes interagiam e tinham ideias. Ao final, todos pareciam bastante empolgados e contribuíram bastante, contando histórias da comunidade, explicando o que imaginavam que daria certo ou não, sugerindo ideias.

Eles também estavam interessados em um jornal comunitário; apesar de não ser um dos produtos finais que planejávamos produzir ao decorrer das oficinas, introduzimos algumas questões básicas sobre esse tema e explicamos como ele poderia tomar parte na integração da rádio comunitária e as mídias sócias.

A oficina terminou com a próxima já confirmada para 14/01. Deixamos também como atividade a produção de fotos e textos radiofônicos curtos para serem analisados e discutidos na oficina seguinte.

 

(Foto: Maggie Paiva)

(Foto: Maggie Paiva)

 

(Para ver mais fotos feitas durante as oficinas realizadas, clique aqui)

 
11 de janeiro de 2016

 
O segundo dia de oficinas seria dedicado à fotografia e edição de áudio, contemplando assim conteúdos relacionados à Mídias Sociais e Rádio. Os próprios participantes fizeram bastante questão de frisar o interesse em uma oficina de caráter mais técnico de edição.

Às 14:30, porém, só havia aparecido três dos meninos que participaram das oficinas anteriores. Entramos em contato com Izabel, que se propôs a chamar os outros, mas nos retornou dizendo que havia ligado para todos, sem receber resposta de alguns.

Os participantes presentes não trouxeram o material pedido nas oficinas anteriores, então pedimos que escrevessem textos curtos para serem usados como notas radiofônicas.

Após 10 minutos, conferimos os textos e os encorajamos a ensaiar uma locução. Um dos participantes teve um desempenho bastante admirável, e pedimos então que ele lesse todas as notas, como em um boletim. Essa versão foi gravada.

 

(Foto: Maggie Paiva)

(Foto: Maggie Paiva)

 

Para falar sobre edição radiofônica, usamos a locução gravada e explicamos como editar áudios no software Audacity. Apresentamos todas as principais funções do programa, corrigimos os poucos erros de locução e depois ouvimos a versão finalizada.

Em seguida, iniciamos a parte sobre Fotografia, apresentando alguns conceitos básicos de composição. Mostramos algumas funções de câmeras profissionais e semiprofissionais, que também estão presentes em alguns modelos de smartphones, como os da maioria participantes da oficina.

Após esclarecer esses conceitos, levamos os participantes para fotografarem a praia da comunidade, munidos dos smartphones e das câmeras que emprestamos. A atividade foi acompanhada de perto, esclarecendo dúvidas sempre que necessário e comentando as fotos durante toda o percurso.

As fotos a seguir foram produzidas durante a oficina de fotografia pelos próprios jovens da comunidade Poço da Draga.

 

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Adeus, por hora

 

Com o fim do segundo dia de oficinas e a dificuldade (conflitos de agenda, choque de eventos, pré-carnaval, aulas) em realizar uma nova tarde de encontros, declaramos por encerrada a série de oficinas com os jovens da comunidade, com uma sensação, na verdade uma mescla de sensações, de dever cumprido e vontade de fazer mais.

Se a vontade de fazer poderia, dificilmente, ser saciada, é difícil saber, mas em meio a essa sede, no mesmo poço que se alagava, brotou o filete de água de informação e conhecimento que pode ser interrompido, ou pode virar riacho de água limpa. Aqui, a vontade é mais que um desejo, tão poderosa quanto as ondas do mar que banham a praia em frente à comunidade.

Saindo, olhando para trás, bate a saudade das horas usadas, palavras trocadas e sorrisos sinceros de uma vida até sofrida, mas genuinamente vivida, às margens de uma cidade que muita fala, mas pouco vê, muito aponta, mas pouca enxerga.

Superar essa barreira e entrar naquela comunidade foi mais que conhecer um lugar que muito nos escondem, muito nos negam, foi sem dúvida se conhecer um pouco se vendo em um ambiente diferente e quase novo, rodeados pessoas e situações novas, fomos também renovados.

Do trabalho realizado, trazemos os aprendizados, palavra essa que poderia representar o que todo o trabalho foi, provenientes do erros, das falhas, dos imprevistos ou mesmo dos acertos, muito se tirou do que foi feito. Mas, melhor que isso, foi ter regado a semente da vontade que teimava em brotar mesmo na seca.

Vimos, vivemos, aprendemos, pensamos, passamos, ensinamos, conversamos, discutimos, rimos, andamos, aplaudimos. Conhecemos. Foi uma honra ter nos apresentado, foi uma honra ter ensinado. Somos mais do que éramos antes de tudo, que a comunidade e aqueles jovens possam ser também um pouco além do que eram.

 

(Foto: Maggie Paiva)

(Foto: Maggie Paiva)

 

As palavras não foram vazias e o coração foi cheio. Que a vontade prossiga, que o aprendizado dure e que tudo – absolutamente tudo – possa ter, de pouco ou de muito, algum significado. Por fim, que todos possam ter a chance de conhecer – melhor – o Poço da Draga como conhecemos. O prazer foi nosso.

 

 

Você pode conferir, ainda, o ensaio “Poço da Draga em Preto e Branco”, outro resumo dos dias em que estivemos na comunidade, visitando, fazendo contato ou participando das oficinas.

 

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Thalita Moura, Patrício Alencar, Maggie Paiva, Clara de Castro, Wladiane Costa, Victor Comenho, Lauriberto Pompeu, Átala Sousa. 

Jornalismo no 3º Setor – 2015.2.

‘Rede de Jovens pelo Esporte Seguro e Inclusivo’ recebe consultoria de comunicação de estudantes de Jornalismo da UFC

A Rede de Adolescentes e Jovens pelo Esporte Seguro e Inclusivo no Estado do Ceará (REJUPE/CE) foi a instituição escolhida por alunas da Universidade Federal do Ceará – UFC para realizar o trabalho final da disciplina de Jornalismo no 3º Setor.

O trabalho se desenvolve em três encontros. No primeiro encontro, foi feito um diagnóstico para identificar os principais problemas da instituição relacionados à comunicação. Constatadas as deficiências, foram realizadas três oficinas: Gerenciamento de Redes Sociais, Fotografia e Diagramação de cartazes. As oficinas foram realizadas nos dias 1º de junho e 3 de junho, no Centro de Humanidades da UFC.

A instituição

rejupe

A Rede de Adolescentes e Jovens pelo Direito ao Esporte seguro e Inclusivo, também conhecida como REJUPE, é um espaço de participação e integração formado por adolescentes brasileiros com o objetivo de proporcionar a troca de experiências entre adolescentes, jovens e grupos de participação cidadã de diversas regiões do país para consolidar ações de defesa e promoção do direito a esporte seguro e inclusivo, para todas as crianças e adolescentes do Brasil, assim como iniciativas que incidam diretamente no planejamento e construção de um legado social positivo para os megaeventos esportivos desta década.

Com essa motivação, a REJUPE se articula e mobiliza esforços dirigidos aos seguintes objetivos:

  • Incentivar a participação cívica dos adolescentes para a defesa e promoção do direito ao esporte seguro e inclusivo
  • Sensibilizar e mobilizar adolescentes para integrá-los nas discussões pelo direito ao esporte
  • Promover a colaboração com organizações e instituições sociais, como escolas, clubes esportivos, ONGs, assim como com governos, Comitês da Copa, Olimpíadas e Paraolimpiadas e outras entidades, que possam fortalecer o debate e as ações que promovam o direito ao esporte para toda criança e todo adolescente
  • Estimular a representatividade dos adolescentes na elaboração de políticas públicas relativas ao direito ao esporte e ao legado social dos megaeventos esportivos esperados nesta década
  • Empoderar os adolescentes brasileiros para que eles sejam ouvidos pelas autoridades responsáveis pelo esporte e também pelas autoridades que defendem os direitos das crianças e dos adolescentes

 

O diagnóstico

O primeiro contato com a instituição foi feito no dia 11 de maio, quando as alunas da equipe encontraram Daniel Macedo, integrante da Rede que está mais à frente do projeto e que está numa fase de afastamento da instituição e analisa como urgente a necessidade que repassar a autonomia para os outros integrantes.

Daniel contou à equipe que o trabalho da Rede atualmente encontra-se muito concentrado nele, e os outros integrantes ainda não tem tanta autonomia devido ao fato de sempre as atividades passarem pelas mãos dele.

As alunas decidiram então que os próximos encontros seriam feitos sem a presença de Daniel para que os outros integrantes se apropriassem mais do projeto.

O segundo contato e o primeiro encontro oficial com a REJUPE foi feito com outros membros da Rede no dia 19 de maio, onde houve uma conversa sobre os problemas que a instituição enfrenta. Os integrantes apontaram falta de conhecimento em diversas áreas, e esse era o principal motivo das tarefas sempre se concentrarem em uma pessoa só.

A equipe decidiu juntamente com os integrantes da REJUPE que eram necessárias oficinas de conhecimentos básicos para que eles alimentassem a fanpage da instituição, que se encontrava parada há quatro meses.

Oficina de Gerenciamento de Redes Sociais

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Durante a primeira oficina, com o tema gestão de mídias sociais, dois membros da REJUPE compareceram. Ficou visível para a equipe na primeira oficina que, internamente, existem problemas de comunicação e horários de disponibilidade diferente entre eles. Foi algo percebido também nas oficinas que se seguiriam.

Camila Soares e Rhaiza Lima usaram a própria página da instituição para identificar alguns problemas na gestão da página. A última postagem na página havia sido em fevereiro deste ano, e a equipe conversou com os membros da Rede sobre alguns aspectos para a melhoria do alcance nas redes sociais, tais como parcerias, investimento em postagens com fotos e vídeos, postagens em horários mais proveitosos, entre outras. Observamos que apesar de interessados, são poucos os membros da REJUPE que compareciam às oficinas.

A primeira oficina com os membros foi bastante proveitosa, já que eles absorveram o conteúdo e pareciam dispostos a colocá-lo em prática nas atividades de comunicação da REJUPE.

Oficina de Fotografia

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Quanto às necessidades do grupo, foi observado também uma falta de conhecimento geral em fotografar, e que era muito preciso, pois os eventos que a REJUPE participa precisam de uma cobertura, tanto para divulgação quanto para a documentação. E essa tarefa ficava sobrecarregada em uma única pessoa que domina algumas técnicas de fotografia.

Com isso, foi oferecida uma oficina de fotografia, pelas alunas Meillyne Gomes e Marina Holanda, com técnicas e regras básicas de fotografar. O objetivo era que todos pudessem utilizar uma máquina, ou próprio celular, para registrar os momentos de encontro e reunião deles.  A oficina foi divida em: Cobertura de eventos e atividades: o que fotografar?, Como fazer boas fotos do meu celular?, Foto profissional, e Mãos à câmera.

Foi discutido sobre o conteúdo fotográfico das imagens, e a força que uma fotografia tem para documentação de momentos. Além de noções de enquadramento, regra dos terços, angulação e configurações de iluminação em dispositivos móveis. Os dispositivos móveis são os mais utilizados pelo grupo, por isso o enfoque na oficina. Foram apresentadas formas possíveis e acessíveis de fazer boas fotos pelo celular, com a ajuda de alguns conceitos técnicos básicos da fotografia, válidos para qualquer dispositivo

A fotografia profissional também foi trabalhada com uma câmera semi-profissional levada pelo grupo de estudantes para aplicar na oficina. A fim de que todos pudessem utilizar e saber minimamente como funciona uma câmera digital, com noções de enquadramento, tempo de exposição, ISO, foco manual, e vídeo.

 

Oficina de Diagramação

foto: Meillyne Gomes

Esta parte do trabalho de consultoria foi considerada de extrema importância pelos jovens da REJUPE. Uma vez que praticamente todos os trabalhos gráficos do grupo eram centralizados em uma única pessoa − que se encontra em processo de afastamento − os demais integrantes do grupo eram alheios ao processo de criação de cartazes e de trabalhos com diagramação, por exemplo.

Pensou-se, então, na ideia de ofertar uma oficina de diagramação, onde os passos iniciais seriam dados e os jovens estariam aptos para criarem seus próprios cartazes de divulgação das ações da Rede. A oficina foi ofertada pelas estudantes Letícia Almeida e Lia Mota e teve caráter teórico-prático.

De início, dicas de cunho teórico e visual foram repassadas ao representante da Rede, que já conhecia minimamente o programa utilizado para diagramar, o InDesign, da Adobe. Finalizada a primeira parte da oficina, chegou a vez da parte prática. InDesign aberto, a tarefa era criar um cartaz para divulgação de projeto realizado pela Rejupe. Tipografias, posicionamentos, inserção de imagens e diagramação de texto foram algumas das dúvidas esclarecidas, além de dicas úteis como a utilização de atalhos e janelas do programa.

Estudantes de Jornalismo da UFC capacitam representantes de ONGs cearenses vinculadas a Organização Internacional

Alunos do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará (UFC) ofertaram oficinas gratuitas para capacitar o setor de comunicação de oito ONGs que atuam no desenvolvimento sócio-educativo de crianças e adolescentes na última terça-feira, 02. Financiadas pela fundação ChildFund Brasil, organização internacional que arrecada recursos para promover projetos no âmbito da infância, as ONGs cearenses reuniram seus representantes na sede da instituição, localizada no bairro Meireles, em Fortaleza, com o objetivo firmar um plano de comunicação padronizado.

Alunos de Jornalismo da UFC realizam oficinas com representantes de ONGs financiadas pela organização internacional ChildFund

Alunos de Jornalismo da UFC realizam oficinas com representantes de ONGs financiadas pela organização internacional ChildFund

O trabalho faz parte da disciplina de Jornalismo no Terceiro Tetor, ministrada pela professora Márcia Vidal para os alunos do sexto semestre e que tem como proposta a oferta de oficinas e estruturação de um plano de comunicação para entidades do terceiro setor, oferecendo consultoria e auxílio em relação às necessidades comunicacionais mais urgentes e específicas. O grupo formado pelos alunos Felipe Autran, Giulianne Batista, Ingrid Coelho, Lucas Barbosa, Lucas Bernardo e Samuel Quintela escolheram a organização ChildFund, que, no Brasil, implementa programas e projetos sociais através de parcerias com mais de 50 organizações que atuam em mais de 600 comunidades de regiões urbanas e rurais de Minas Gerais, Ceará, Pernambuco, Amazonas e Rio Grande do Norte.

ChildFund Brasil

ChildFund Brasil é uma organização internacional que trata de crianças e adolescentes em situação de vunerabilidade social

ChildFund Brasil é uma organização internacional que trata de crianças e adolescentes em situação de vunerabilidade social

Cerca de 157 mil pessoas, dentre elas, 99 mil crianças, adolescentes e jovens que vivem em situação de pobreza, exclusão e vulnerabilidade, participam de projetos sociais nesses espaços.

ChildFund Brasil se propõe a desenvolver intervenções articuladas e com o envolvimento de doadores, parceiros, governo, famílias, comunidades e sociedade, com a finalidade de promover o fortalecimento do Sistema de Garantia de Direitos de crianças, adolescentes e jovens, com a participação ativa desses atores. A proposta de atuação está fundamentada na Política Nacional de Assistência Social (PNAS).

A vitalidade das ações desenvolvidas pelo ChildFund Brasil está na relação estabelecida entre crianças e doadores (padrinhos e madrinhas) por meio do Programa de Apadrinhamento. Através desse relacionamento de generosidade e solidariedade, é possível promover a transformação na vida de uma criança, de um adolescente ou de um jovem, através de um estímulo, conselho ou elogio. Esse vínculo que interliga sentimentos, distâncias e realidades tão diferentes, faz bem tanto para quem apoia, quanto para quem recebe o apoio.

Apesar de fazer parte de um órgão internacional, a ChildFund Brasil tem um escritório de comunicação em Belo Horizonte (MG), que não tem a capacidade de atender as múltiplas demandas das ONGs que participam do projeto. Assim, cada ONG atua de maneira voluntária para divulgar o próprio trabalho desenvolvido. Devido as limitações financeiras e de estrutura organizacional, nenhuma ONG cearense conta com um professional de assessoria. As oficinas foram ofertadas no intuito de capacitar os atores de comunicação destas ONGs para ampliar o alcance do público das organizações.

Diagnóstico

Desde 1966 no Brasil, o ChildFund Brasil é uma organização de desenvolvimento social que por meio de uma sólida experiência na elaboração e no monitoramento de programas e projetos sociais mobiliza pessoas para a transformação de vidas. Crianças, adolescentes, jovens, famílias e comunidades em situação de risco social são apoiadas para que possam exercer com plenitude o direito à cidadania. No Brasil, a organização beneficia, por meio de projetos sociais, mais de 150 mil pessoas, das quais quase 100 mil são crianças, adolescentes e jovens. Para isso, o ChildFund Brasil conta com a parceria de mais de 50 organizações sociais, que atuam em mais de 800 comunidades urbanas e rurais. O ChildFund é mantida por doações de pessoas físicas de todo o mundo.

Canais de comunicação

Embora o ChildFund Brasil conte com uma equipe de comunicação profissional na sede nacional, localizada em Belo Horizonte, a equipe local tem uma comunicação direta com o público bastante limitada. Não há presença na Internet. Na seção de contatos do site nacional é possível encontrar o telefone dos escritórios de Fortaleza e do Crato.

Deficiências em comunicação apontadas

  • A equipe local tem dificuldade em enviar pautas e propostas de matérias para os jornais locais. Como a equipe de comunicação fica em Belo Horizonte, é lá onde eles conseguem divulgar a maioria dos eventos relacionados às organizações.
  • As organizações locais que trabalham em parceria com o ChildFund Brasil têm deficiências diversas na área. Foram apontadas dificuldades em criar releases, trabalhar com redes sociais e criar portfólio com o trabalho das organizações.

Possíveis soluções

  • Organizar uma lista de contatos que possam ser do interesse do ChildFund Brasil no Ceará e repassar essa lista tanto para a equipe local como para a equipe de comunicação.
  • Organizar uma oficina com a presença de representantes das organizações locais que trabalham em parceria com o ChildFund Brasil esclarecendo dúvidas relacionadas à comunicação.

Oficinas

Os facilitadores preparam oficinas de assessorial de comunicação, fotografia e gestão de redes sociais para colaborar com a comunicação de oito ONGs fortalezenses. No total, 10 representantes participaram das oficinas no intuit de serem multiplicadores dos conteúdos apresentados para as oito ONGs envolvidas.

Oficina de Assessoria de Imprensa

alunos Giulianne Batista e Lucas Barbosa apresentam as ferramentas para fazer assessoria de imprensa no terceiro setor

alunos Giulianne Batista e Lucas Barbosa apresentam as ferramentas para fazer assessoria de imprensa no terceiro setor

Com o objetivo de aproximar as ONGs da imprensa, a oficina de assessoria visou trabalhar ferramentas e atuação de um agente de comunicação em uma entidade de terceiro setor. Apesar de não haver nenhum profissional específico da área atuando na assessoria destas ONGs, os participantes se voluntariaram para realizar este papel no intuito de tornar o trabalho desenvolvido por cada organização visível à sociedade.

Assim, o objetivo a longo prazo, é agendar a imprensa para cobrir os espaços e as atividades que as comunidades carentes de Fortaleza realizam a partir dos projetos que a ChildFund Brasil financia. Desta maneira, eles estarão sendo pautados pela imprensa cearense, alcançando o reconhecimento social, divulgando o próprio trabalho, reforçando a imagem das organizações e colocando o tema da criança e do adolescente sempre em questão.

Foram apresentadas as funções, responsabilidades, produtos e serviços que a assessoria de imprensa realiza. Dentre eles, o release foi o foco de boa parte da oficina, uma vez que é o instrumento mais básico para alcançar um jornalista.

Além dele, foram tratados também:

Proposta/sugestão de Pauta – Informe sucinto enviado aos veículos de comunicação a respeito de determinado assunto de interesse para o veículo e à sociedade.

Mailling-list de Jornalistas – Listagem atualizada com nome, editoria, fax, telefone, e-mail de jornalistas.

Contato com a Imprensa – Normalmente feito por telefone para aprofundar informações enviadas por e-mail ou confirmar presenças em coletivas, marcar encontros com assessorado etc

Pasta de Imprensa (Press Kit) – Textos e fotos para subsidiar os jornalistas de redação com informações, normalmente usadas em entrevistas coletivas, individuais ou feiras e eventos.

Clipping Impresso, Clipping Eletrônico e em Tempo Real (online) – Levantamento das matérias publicadas nos veículos de comunicação. Organizados a partir da leitura, acompanhamento e seleção das notícias que interessam ao assessorado.

Sites – O jornalista deve atuar na definição do conteúdo e atuar na “edição das páginas”, assim como na aprovação do design do site feito por profissionais especializados.

Um mailling-list já montado foi repassado para as organizações no intuit de facilitar o contato deles com os repórteres dos veículos de comunicação do Ceará. Além disso, foi destacado a importância do uso da pirâmide invertida e da linguagem formal e direta para feitura deste material.

Oficina de Fotografia

Aluno Samuel Quintela fala sobre a importância de tratar os termos de imagem de crianças e adolescentes na imprensa

Aluno Samuel Quintela fala sobre a importância de tratar os termos de imagem de crianças e adolescentes na imprensa

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Oficina de Gestão de Mídias Sociais

Felipe Autran apresenta os principais recursos para trabalhar a imagem das organizações na internet

Felipe Autran apresenta os principais recursos para trabalhar a imagem das organizações na internet

Utilizado amplamente como canais de comunicação institucional, as mídias sociais como Facebook, Twitter e outras redes são importantes ferramentas de divulgação. Levando em consideração que os sites citados, além do Instagram representam 75% dos acessos diários dos internautas brasileiros, viu-se a necessidade de aplicar esta oficina com foco na presença da organização neste meio.

Ministrada por Felipe Autran, a oficina mostrou não só a importância de registrar presença nessas redes, mas abordou também a necessidade de manter tais ferramentas ativas e atualizadas. Percebeu-se também a necessidade de explanar dicas para o funcionamento eficiente. Itens imprescindíveis ao se falar em redes sociais e comunicação institucional como o controle e unidade das páginas e periodicidade do conteúdo.

Com ênfase no Facebook, alguns padrões para auxiliar na periodicidade dos conteúdos foram apresentados às organizações participantes da oficina:

• 1 a 2 postagens por dia.

• 13h às 17h em dias de semana, com pico às 15h.

• Evite madrugadas e fins de semana.

• Imagens, vídeos e links são bem vindos, pois dinamizam o conteúdo.

• Procurar conteúdo interessante para as postagens e que estejam de acordo com o perfil de quem curtiu a página, além de aliar conteúdos da atualidade cabíveis a instituição.