Archive | Maio 2015

Estudantes realizam oficinas voltadas para a comunicação interna da Associação 64/68 Anistia

Alunos do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará (UFC) encontraram membros da Associação 64/68 Anistia na última sexta-feira, 29, na sede da instituição, localizada no bairro Benfica, em Fortaleza, com o objetivo de apresentar um plano de direcionamento comunicacional para ser utilizado pela associação.

O trabalho faz parte da disciplina de Jornalismo no Terceiro Tetor, ministrada pela professora Márcia Vidal para os alunos do sexto semestre e que tem como proposta que os participantes desenvolvam um plano de comunicação juntamente com alguma entidade do terceiro setor, oferecendo consultoria e auxílio em relação às necessidades específicas do orgão contemplado. O grupo que escolheu a instituição Associação 64/68 Anistia é formado pelos estudantes Ana Beatriz Farias, Igor Cavalcante, Larissa Wenya, Letícia Alves e Messias Borges.

Associação mantém acervo documental sobre a Ditadura Militar no Brasil.

Oficinas contaram com a participação de 5 membros da Associação 64/68.

A instituição:

A Associação 64/68 Anistia, fundada no ano de 2000, fruto do Movimento Anistia 20 Anos, é uma entidade sem fins lucrativos que reúne basicamente pessoas vítimas das violências políticas praticadas na Ditadura Militar (1964-1985), mas é aberta, também, à participação de qualquer pessoa que concorde com seus estatutos.

A instituição atua sob 3 frentes: assessoria jurídica, memória e atualidade. A primeira é auxiliada por uma equipe de advogados que atuam na preparação e acompanhamento de requerimentos de reparação econômica, nas instâncias administrativas federal e estaduais.

Já no que diz respeito à memória, a associação mantém um acervo documental, jornalístico, oral, material, audiovisual, bibliográfico e iconográfico, o Centro de Documentação e Memória, que disponibiliza à sociedade, para a pesquisa.

Por fim, em termos de atualidade, a 64/68 atua participando da vida política e cultural do país, promovendo eventos, encontros e debates relacionados especialmente à anistia e ao combate à tortura.

Convidados participaram efusivamente da oficina, discutindo e tirando dúvidas sobre todos os assuntos.

Convidados participaram efusivamente da oficina, discutindo e tirando dúvidas sobre todos os assuntos.

Escolha e diagnóstico:

A escolha da associação foi feita após alunos do próprio grupo terem passado por problemas ao tentar contactar a 64/68, em outras ocasiões, devido a falta de informação disponível sobre a instituição; e por acreditarem na causa e no trabalho da mesma.

A primeira visita à entidade aconteceu no dia 27 de abril. Os alunos conversaram por quase duas horas com Célio Miranda, que trabalha na 64/68 Anistia. Ele relatou os principais problemas que tinham e descreveu as atividades do dia a dia de lá, para que o maior número de informações possíveis fossem colhidas.

Após esse momento, os estudantes discutiram a situação da entidade e elaboraram uma lista com um conjunto de problemas notados ao longo da conversa. No dia 18 de maio, a equipe realizou uma segunda reunião com os membros da instituição, a fim de afinar a percepção de todos em relação às principais deficiências de comunicação da entidade. Depois dessa segunda reunião, o grupo de alunos traçou um planejamento a partir do que foi notado.

Alguns dos principais problemas notados pelos alunos foram relativos à comunicação interna, ou seja, entre os próprios membros da associação. Os associados não têm conhecimento sobre os projetos desenvolvidos na Associação, participam raramente do dia a dia da instituição e, consequentemente, não têm convivência. Para piorar, não há periodicidade definida para reuniões entre os membros e a diretoria da instituição.

Os problemas anteriores acabam gerando outros problemas, como o atraso dos pagamentos das contribuições, o que dificulta o acesso à verba para o desenvolvimento de ações de comunicação interna e externa e para as atividades da entidade, já descritas.

A comunicação externa também apresenta problemas, como a desatualização das páginas que a associação possui na Internet. As páginas chegam a ter informações erradas, o que dificulta o acesso de pessoas que estejam interessadas em contribuir e/ou a participar.

Esses erros graves na comunicação externa fizeram com que ela também entrasse no plano de comunicação desenvolvido pela equipe, mesmo que a melhora na comunicação interna tivesse sido tomada como o objetivo principal.

Em suma, na fase do diagnóstico, os estudantes perceberam três pontos nos quais poderiam colaborar com a situação da instituição: ajudar a estabelecer um perfil na rede social Facebook, fazer um modelo de boletim impresso que possa ser enviado para os associados e dar diretrizes para que os membros possam organizar um evento para lançar essas novas iniciativas e, a partir dele, se reunir mais regularmente.

Célio Miranda, à direita, definiu o trabalho realizado pela equipe como uma oportunidade: "estão ensinando a pescar".

Célio Miranda, à direita, definiu o trabalho realizado pela equipe como uma oportunidade: “estão ensinando a pescar”.

As oficinas:

Os discentes preparam 3 oficinas para colaborar com a comunicação dos membros da associação e contaram com a presença de 5 pessoas, sendo 3 membros e 2 colaboradores da instituição, além de todos os membros da equipe.

Oficina de Comunicação na Internet:

Apesar de levar o nome de Comunicação na Internet, esse momento foi dedicado a dar as instruções necessárias para a criação de uma fanpage para a associação que será hospedada na rede social Facebook. Apesar de não ser o foco do encontro, a primeira oficina foi voltada à melhoria na comunicação externa.

A fanpage foi escolhida por ter sido vista pela equipe como o método de entrada mais eficaz da associação na Internet, no que diz respeito ao público de não associados, uma vez que o Facebook é, hoje, a maior rede social do mundo e os custos para criação e manutenção de uma página no site são irrisórios.

A oficina foi ministrada por Messias Borges, que explicou, passo a passo, como se dá a comunicação institucional na rede, tratando desde as especificidades técnicas necessárias para a criação de uma página na rede social, até o que cabe ou não ser dito, nesse meio de comunicação, por uma associação do cunho da 64/68.

Na primeira oficina, também foram destacadas pela equipe algumas falhas que a associação já cometeu em uma outra tentativa de fazer parte da rede social, para que, dessa vez, o aprendizado anterior se some à nova experiência e garanta maior sucesso na relação da instituição com a internet.

Modelo do boletim foi programado pelos estudantes para facilitar a execução para a instituição.

Modelo do boletim foi programado pelos estudantes para facilitar a execução para a instituição.

Oficina para criação de boletim:

No processo de elaboração do projeto de comunicação para a associação, os estudantes perceberam também uma grave dificuldade de comunicação entre os próprios membros da 64/68. Na tentativa de estabelecer um método constante e eficaz de comunicação para resolver esse problema, tendo em vista que muitos dos membros não costumam acessar à internet, o grupo da UFC propôs um modelo de boletim impresso que deve ser enviado, pelo correio, às casas dos associados.

No boletim apresentado ‒ idealizado e formatado por Letícia Alves e Igor Cavalcante ‒ já há áreas destinadas a temas e gêneros específicos. Fora isso, a publicação já veio com uma formatação própria, facilitando a execução do projeto. No molde exibido, basta que os membros troquem o conteúdo fictício pelo conteúdo real e enviem aos membros. O custo da ação também foi programado e, se o projeto for executado da maneira que foi idealizado ‒ em preto e branco, ocupando a frente e o verso de uma folha A4 ‒ o gasto financeiro da instituição será bastante reduzido.

Além de facilitar a comunicação entre os membros e estreitar os laços entre os associados, o boletim deve também conter caráter informativo, publicando assuntos de relevância em relação aos temas enfocados pela instituição.

Oficina de organização de eventos:

A oficina de eventos foi ministrada por Ana Beatriz Farias e Larissa Wenya. Nessa etapa do encontro, as estudantes deram uma noção geral do conceito de evento para os presentes, explicando as diferenças entre os tipos de evento e as ocasiões mais adequadas para realizar cada evento citado.

Essa terceira parte do encontro foi definida pela equipe como essencial para a instituição, uma vez que ela se encontra esvaziada de membros e que as reuniões não apresentam regularidade.

Após uma explanação geral, a equipe partiu para uma apresentação de propostas relativas a uma primeira reunião realizada pela 64/68, após o trabalho feito em parceria com os estudantes. Nessa reunião, devem ser apresentados os novos projetos da fanpage e do Boletim, que já devem estar em funcionamento. Depois, os membros devem ter um momento de convivência e avaliação dos primeiros resultados.

O principal objetivo de planejar bem os caminhos que levarão até a reunião de inauguração dos novos moldes é unir os associados em prol das causas que envolvem a entidade, promover a interação entre eles e fazer com que as reuniões, a partir de então, tenham um bom nível de regularidade.

Associados mais antigos ficaram entusiasmados com oficina de organização de eventos, projetando encontrar e conhecer outros integrantes da ONG.

Associados mais antigos ficaram entusiasmados com oficina de organização de eventos, projetando encontrar e conhecer outros integrantes da instituição.